E o BB-BI revisa a estimativa do crescimento do PIB em 2020,
de +1,9% para -0,2%
O Banco Central do Brasil, decidiu de forma unânime reduzir a taxa de juros para 3,75%. Na medida em que a pandemia de coronavírus se alastra pelo mundo, as incertezas em torno da magnitude do impacto econômico vem trazendo pânico aos mercados financeiros e levando bancos centrais das principais economias do mundo a reduzir, de forma consistente, suas taxas de juros.
Corte de 0,5 pp
Em linha com esse movimento global, o BC renovou a mínima histórica da Selic cortando-a em 0,5 p.p.
Atividade.
Diante das medidas que vem sendo adotadas para conter a propagação do Covid-19 - como o fechamento do comércio, cancelamento de viagens, suspensão de aulas, paralização de serviços, entre outras - nossa projeção para o crescimento da economia em 2020, que antes era de 1,9%, foi revisada para -0,2%, considerando um cenário de deterioração na segunda quinzena de março, se intensificando ao longo do segundo trimestre e com recuperação gradual a partir do terceiro trimestre. Há que se considerar, no entanto, a enorme dificuldade de se fazer projeções em um ambiente de tamanha incerteza.
Próxima reunião.
O Copom enfatizou que “a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária” e entendeu como adequada a manutenção da Selic neste patamar atual. Não obstante, deixou claro que os próximos passos da política monetária vão depender da evolução da conjuntura econômica.
Consideramos que o avanço da pandemia trará impactos significativos para a atividade econômica brasileira, em especial no setor de serviços, o que permitirá um afrouxamento maior na política monetária, mesmo considerando as medidas de política fiscal que devem ser aplicadas ao longo dos próximos meses. Sendo assim, nossa expectativa é de mais um corte na Selic de 0,25 p.p. para a próxima reunião.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise dos resultados da reunião do COPOM no período 17 a 18.03.2020, elaborado por HENRIQUE TOMAZ, CFA, e RICHARDI FERREIRA, ambos integrantes do BB Investimentos