GERDAU - Resultado no 4º trimestre/2019 e
Atualização da Estimativa do Preço-Alvo da Ações
Menores volumes e preços com margens caindo; negativo
A Gerdau divulgou nesta 4ª feira, 19.02, os resultados do 4T19, apresentando números mais fracos nas comparações anual e trimestral. O maior volume de vendas no BD do Brasil (+5,5% trimestre/trimestre e +13,9% ano/ano) foi compensado pelos volumes mais fracos no BD da América do Norte e no Special Steel BD.
Além disso, observamos queda nas margens em todas as divisões em face de
(i) os volumes mais baixos já mencionados,
(ii) piora do mix no Brasil (maiores exportações) e
(iii) preços mais baixos no mercado internacional.
Quando comparado às estimativas do BB-BI, os volumes e os preços foram decepcionantes, principalmente no Brasil e nos BDs da Special Steel. No total, o EBITDA do trimestre foi de R$ 1.132 milhões, 19,7% abaixo das nossas estimativas (-22,3% trimestre/trimestre e -19,4% ano/ano). Quanto à margem EBITDA, foi de 11,9%, 2,3 p.p. inferior a BB-BIe e -2,8 p.p. trimestre/trimestre. Em 2019, a Gerdau terminou com um EBITDA de R$ 5.713 milhões, 14,2% menor ano/ano, mas com margem plana em 14,4%.
Embora os números do 4T tenham ficado mais fracos do que o esperado, ajustamos nosso modelo de avaliação para a empresa e alcançamos um novo TP do YE20 de R$ 24,00 para o GGBR4 (de R$ 19,00). Esse ajuste vem principalmente de alguma recuperação esperada em volumes e preços futuros, com uma maior diluição de custos fixos e um menor custo de capital. Nesse sentido, mantemos a classificação em Outperform.
Resultados consolidados.
A receita total foi de R$ 9.533 milhões, 10,1% abaixo de nossas estimativas e 4,0% menor trimestre/trimestre (-12,5% ano/ano), em razão de menores volumes e preços. A redução anual é explicada principalmente pelas alienações de ativos de vergalhão fabricados nos EUA.
O CPV foi afetado por volumes menores e a respectiva diluição do custo fixo inferior, totalizando R$ 8.857 milhões. Assim, a margem bruta caiu para 7,1%, 2,8 p.p. trimestre/trimestre inferior (-4,9 p.p. ano/ano). O SG&A continuou representando 3,7% da RL; portanto, o EBITDA foi de R$ 1.132 milhões, com margem EBITDA de 11,9% ante nossa expectativa de 14,1% (-2,8 pp abaixo de trimestre/trimestre e 1,0 pp abaixo de ano/ano).
Diante da redução de estoque, o capital de giro diminuiu para R$ 6,6 milhões, ante R$ 8,6 milhões no 3T19, agora mais próximo do ciclo médio de conversão de caixa da empresa em 75 dias. Como resultado, o fluxo de caixa livre totalizou R$ 2.327 milhões no período, com uma contribuição de R$ 1,9 bilhão na melhoria do capital de giro.
BD do Brasil: maiores exportações e margens menores.
A produção total foi retomada trimestre/trimestre em razão da parada para manutenção no BF # 1 em Ouro Branco ocorrida no 3T19. Quanto aos embarques, houve um aumento de 5,5% na comparação trimestral, devido às maiores exportações que compensaram as vendas mais fracas no mercado doméstico. A receita líquida, então, totalizou R$ 4.057 milhões, uma queda de 3,4% trimestre/trimestre, também em razão da queda dos preços médios em 8,4% trimestre/trimestre no período. O EBITDA ficou em R$ 543 milhões, 17,7% abaixo de nossas estimativas e 23,1% menor trimestre/trimestre. A margem EBITDA ficou em 13,4%, o pior nível para o BD desde 2016.
BD da América do Norte: margem de um dígito.
A produção e os embarques foram afetados por desinvestimentos realizados em unidades de vergalhão e fio-máquina no final de 2018, afetando a comparação anual. Quando comparado ao trimestre anterior, os embarques caíram 3,0% devido aos efeitos sazonais. A receita totalizou R$ 3.375 milhões, -6,9% trimestre/trimestre.
Portanto, o EBITDA terminou em R$ 174 milhões, 26,7% menor que nossas estimativas e 32,4% menor trimestre/trimestre (-41,2% ano/ano). Quanto à margem EBITDA, alcançou 7,6%, retornando ao nível de um dígito por trás de um spread de metal mais baixo, que ficou em US$ 426 / st contra US$ 456 / st no 3T19.
BDs da América do Sul e Special Steel: desempenhos negativos.
América do Sul O BD trouxe embarques 1,8% mais fracos que o 3T19, resultando em um EBITDA de R$ 182 milhões e margem de 1,4 p.p. trimestre/trimestreinferior. Quanto ao BD de aço especial, a produção e os embarques reduziram trimestre/trimestre em razão dos menores volumes vendidos no Brasil e nos EUA, como segue: no Brasil, o segmento automotivo tem sido fraco diante da redução observada nas exportações para a Argentina, principalmente, enquanto nos EUA houve uma menor demanda de O&G e menor produção de veículos no período.
As receitas, então, somaram R$ 1.397 milhões (-13,8% trimestre/trimestre). O EBITDA ficou em R$ 113 milhões, com margem EBITDA em 8,1% (-4,7 p.p. trimestre/trimestre e -3,3 p.p. ano/ano).
Resultados Financeiros e Endividamento.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 273 milhões no trimestre, refletindo
(i) R$ 45 milhões em ganhos cambiais devido à variação cambial,
(ii) receita financeira de R$ 85 milhões e
(iii) despesas financeiras de R$ 404 milhões.
Como resultado, a Gerdau reportou um lucro líquido ajustado de R$ 61 milhões, comparado aos R$ 408 milhões registrados no 3T19. Em 2019, a empresa encerrou o ano com um lucro líquido de R$ 1.295 milhões, resultado 48,3% menor que o ano anterior.
A dívida bruta totalizou R$ 16.050 milhões, +3,6% trimestre/trimestre. Quanto à dívida líquida, totalizou R$ 9.755 milhões, liderando a alavancagem medida pela dívida líquida / EBITDA em 1,7x (-0,3x trimestre/trimestre).
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito do resultado apresentado pela GERDAU no 4ª trimestre/2019, preparado por GABRIELA E. CORTEZ e VICTOR PENNA, ambos integrantes do BB Investimentos
Tradução: Redação JF