Diário do Mercado na 5ª feira, 02.01.2020
Otimismo abre mercados em 2020
Comentário.
A despeito da maior volatilidade experimentada ao final de 2019, os principais mercados domésticos iniciaram seus pregões com certa euforia, repercutindo os primeiros dados positivos da economia, como a venda recorde de veículos segundo a Fenabrave, o aumento do volume do setor de serviços e a criação de postos de trabalho pelo Caged, entre outros.
Além disso, sob influência do mercado externo, os ativos locais também se beneficiaram com o anúncio de entendimentos entre EUA e China, a serem formalizados no próximo dia 15, entre os presidentes dos dois países.
Como desdobramento, os juros futuros DI recuaram em praticamente todos os vencimentos, embora a proporção tenha sido discreta, o CDS Brasil de 5 anos registrou nova mínima e a Bolsa se valorizou em expressivos 2,53%, com liquidez elevada, neste primeiro dia útil de 2020.
Ibovespa.
O índice abriu o pregão em alta e se manteve positivo até o final do dia, fechando aos 118.573 pontos (+2,53%), acumulando +34,91% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da B3 foi de R$ 20,9 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 27 de dezembro (último dado disponível), a Bovespa mostrou saída líquida de capital estrangeiro de R$ -493,193 milhões, com retirada saída líquida de R$ -4.248 bilhões em dezembro.
Em 2019, a saída líquida situa-se em R$ 43,504 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, os dados da Fenabrave Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores foram recebidos com otimismo pelo mercado, ao reportar o desempenho mais elevado em 5 anos, com a venda de 2,78 milhões de veículos novos (medidos pelo número de emplacamentos de automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus).
Por outro lado, o índice PMI de Manufatura no Brasil, do instituto Markit, sofreu recuo, de 52,9 (novembro) para os atuais 50,2 (dezembro), mas sem exercer influência relevante nos principais mercados.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), diferentemente da bolsa e do mercado de juros, apresentou variação mais discreta, em sessão de baixa liquidez.
A moeda encerrou cotada a R$ 4,0242 (+0,31%), acumulando +5,78% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos registrou novo recuo, de 99 (no último dia) para 97 pontos.
Juros.
Os juros futuros recuaram em praticamente todos os vencimentos, em pequena proporção e de modo relativamente uniforme entre os vários contratos, em dia de liquidez moderada.
Os vencimentos longos foram mais influenciados pelo recuo dos yields dos títulos do Tesouro dos EUA, ao passo que os demais calibraram ajustes com as novas perspectivas para as reuniões do Copom. Em relação ao pregão anterior, assim fecharam:
DI janeiro/2021 em 4,52% de 4,54%;
DI janeiro/2022 em 5,25% de 5,27%;
DI janeiro/2023 em 5,77% de 5,79%;
DI janeiro/2025 em 6,38% de 6,44%;
DI janeiro/2027 em 6,71% de 6,78%.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 5ª feira, 02.01.2020, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, e HENRIQUE TOMAZ DE AQUI9NO, CFA, ambos integrantes do BB Investimentos.