Diário do Mercado na 2ª feira, 16.12.2019
Ibovespa chega a operar em alta, mas termina com realizações
Comentário.
O índice doméstico deu sinais que poderia renovar seu recorde histórico de pontuação pelo terceiro pregão seguido. Os melhores dados econômicos chineses e ainda o otimismo dos agentes com o acordo comercial “fase 1” entre Estados Unidos e China chegaram a levantar o índice brasileiro no último vencimento do exercício de opções sobre ações do ano.
Ademais, externamente, o maior apetite ao risco dos investidores conduziu os índices acionários de Nova York – Dow Jones, S&P500 e Nasdaq – para novos recordes.
Contudo, sem maiores motivos – talvez apenas seu patamar na casa de 27.500 pts em dólar, o Ibovespa passou a realizar nas duas horas finais de negócios e decaiu firmemente nos leilões de fechamento, dando a entender que pode até ter sido alguma venda de carteira.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0620 (+0,37%). Os juros futuros curtíssimos ficaram quase estáveis, enquanto os demais apresentaram firmes elevações.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente e logo passou a circundar com curtas variações ao redor dos 113 mil pts (+0,39%). Todavia, após às 15h30min, foi perdendo forças e entrou em campo negativo na meia hora final, decaindo firmemente nos leilões de fechamento para terminar na mínima do dia.
O Ibovespa fechou aos 111.896 pts (-0,59%), acumulando +3,38% no mês, +27,32% no ano e +27,96% em 12 meses. O robusto preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 34,6 bilhões, incluindo R$ 12,1 bilhões do vencimento do exercício de opções sobre ações, sendo R$ 23,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 12 de dezembro (último dado disponível), a Bovespa teve retirada líquida de -R$ 89,675 milhões de capital estrangeiro, subindo o saldo negativo no mês a -R$ 3,024 bilhões no mês. Em 2019, a retirada líquida passou a -R$ 42,280 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-10 (inflação ao atacado) variou +1,69% em dezembro versus +0,19% em novembro – quase em linha com o consenso de +1,66%.
Assim oscilaram seus subíndices: IPA-10 em +2,26% (+0,25% em novembro), com o IPA-Industrial em +0,98% (-0,33% em novembro) e o IPA-Agrícola em +6,09% (+2,02% em novembro); IPC-10 em +0,75% (+0,03% em novembro); e INCC-10 em +0,06% (+0,20% em novembro). O indicador acumulou +6,39% em 2019 ante 7,92% em 2018.
Na China, a produção industrial (A/A) oscilou +6,2% em novembro frente a +4,7% em outubro – consenso em +5,0%. Já as vendas a varejo variaram +8,0% em novembro contra +7,2% em outubro – consenso em +7,6%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou cadente ao longo da sessão e manteve a tendência de baixa que principiou em dezembro. O comportamento externo deu o tom no dia, sob efeito ainda do acordo comercial inicial entre EUA e China, além de dados recentes melhores da economia chinesa.
A moeda terminou cotada em R$ 4,0620 (-1,10%), -4,20% no mês, +4,83% no ano e +3,99% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou para 99 pts versus 101 pts da sexta-feira passada.
Juros.
Os juros futuros curtíssimos ficaram quase estáveis, e os demais ascenderam, com percepção de IPCA mais alto em dezembro.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam:
DI janeiro/2020 em 4,40%; DI janeiro/2021 em 4,55% de 4,51%;
DI janeiro/2023 em 5,82% de 5,72%;
DI janeiro/2025 em 6,46% de 6,36%;
DI janeiro/2027 em 6,81% de 6,70%.
Agenda.
Brasil: IPC-FIPE, IGP-M 2ª prévia, Confiança industrial CNI, Relatório de inflação 4T – Bacen, FGV Confiança do Consumidor, Custos de construção FGV, IPCA-15, Saldo em conta corrente, Investimento Estrangeiro Direto;
EUA: Construções de casas novas, Licenças p/construção, Prod. industrial, Índ. antecedente, PIB, Consumo pessoal, PCE, Índ. Univ. Michigan,
Reino Unido: BoE - Taxa de juros, PIB;
Japão: BoJ - Taxa de juros.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 16.12.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos