Diário do Mercado na 6ª feira, 08.11.2019
Ibovespa realiza com temores sobre o acordo comercial
Comentário.
O índice doméstico, assim como bateu recordes históricos esta semana beneficiado pelo cenário mais otimista no exterior, sofreu firme revés com receio que o propalado acerto comercial “fase 1” entre Estados Unidos e China esteja em risco – fato que afetou principalmente os emergentes. Vale ressaltar que dado recente denota que aumentou a saída de capital estrangeiro da bolsa brasileira.
Enfim, a baixa foi generalizada com tão somente sete papéis encerrando positivos e o índice em apenas um dia devolveu grande parte de toda a valorização do mês.
Externamente, o presidente norte-americano, Donald Trump, falou que não concordou ainda com a retirada de tarifas impostas à China, que seria um dos pontos desejados pelos chineses para dar prosseguimento a um acerto inicial.
Em Nova York, os agentes terminaram deixando de lado a fala do chefe de governo local e preferiram se apoiar na considerada favorável temporada de balanços do 3T19. Os índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq bateram novos recordes históricos de fechamentos.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1680 (+1,86%). Os juros futuros, exceto os de curtíssimo prazo, subiram - destaque de alta para os contratos intermediários e longos.
Ibovespa.
O índice já principiou cadente e se manteve a maior parte do dia circundando uma baixa de -1,00%. Na hora e meia final, a pressão vendedora se acentuou e a queda se acentuou. A Petrobras, os papéis do setor de bancos e a Vale pesaram sobre o índice.
O Ibovespa fechou aos 107.628 pts (-1,78%), acumulando -0,52% na semana, +0,38% no mês, +22,46% no ano e +25,71% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 20,2 bilhões, sendo R$ 18,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na B3
No dia 4 de novembro (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro de -R$ 769,257 milhões na Bovespa, com saída líquida de -R$ 991,807 milhões em novembro. Em 2019, o saldo negativo líquido acumulado passou -R$ 31,396 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan passou a 95,7 na prévia de novembro ante 95,5 em outubro.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana manteve tendência ascendente ao longo de toda a sessão e encerrou em alta, na máxima do dia. O comportamento foi motivado ainda pelo resultado do leilão de cessão onerosa, que trouxe menos recursos estrangeiros do que o esperado, com a cotação retornando ao patamar de 17 de outubro passado.
A moeda fechou cotada a R$ 4,1680 (+1,86%), acumulando +4,36% na semana, +3,89% no mês, +7,56% no ano e +11,24% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos ficou em 116 pts.
Juros.
Os juros futuros curtíssimos permaneceram quase estáveis. Já a partir daí, as taxas subiram, com destaque, mais uma vez, para os vencimentos intermediários e longos. A movimentação no dia foi influenciada pela alta do dólar.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos: DI janeiro/2020 em 4,75%; DI janeiro/2021 em 4,55% de 4,54%; DI janeiro/2022 em 5,14% de 5,09%; DI janeiro/2023 em 5,66% de 5,62%; DI janeiro/2025 em 6,25% de 6,21%; DI janeiro/2027 em 6,58% de 6,54%.
Agenda.
Brasil: IGP-M 1a prévia, Volume do setor de serviços, Vendas a varejo, IGP-10, Índice de atividade econômica;
EUA: IPC, Vendas a varejo; Produção industrial; China: Produção industrial, Vendas no varejo, Financiamento agregado, Novos empréstimos em yuan, Investimento estrangeiro direto.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 08.11.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.