Coreia do Norte dispara mais mísseis e rejeita diálogo com Seul
A Coreia do Norte lançou nesta 6ª feira, 16.08, dois mísseis a partir de sua costa oriental, de acordo com autoridades militares da Coreia do Sul.
Este é o sexto teste do país com este tipo de projétil, de curto alcance, desde 25 de julho, quando Pyongyang reiniciou testes de foguetes visando pressionar a Coreia do Sul e os EUA a suspenderem os exercícios militares conjuntos.
De acordo com Seul, os projéteis foram disparados perto da cidade de Tongchon, na província de Kangwon, e caíram no Mar Oriental, também chamado de Mar do Japão. Militares de Coreia do Sul e EUA "estão monitorando a situação para o caso de lançamentos adicionais", informou o órgão em comunicado.
O lançamento dessa 6ª feira, 16.08, ocorre seis dias depois do último teste deste tipo realizado pela Coreia do Norte, que supostamente disparou dois mísseis balísticos de curto alcance também no Mar do Japão. Eles voaram cerca de 230 quilômetros de distância e atingiram uma altitude de aproximadamente 30 quilômetros.
Paz e Unificação até 2045
O teste trancorreu no mesmo dia em que a imprensa estatal norte-coreana divulgou um comunicado do Comitê para a Reunificação do Pacífico, criticando a Coreia do Sul e suas manobras militares conjuntas com os americanos, assim como declarações feitas pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, na 5ª feira.
Em discurso por ocasião do aniversário da libertação da Coreia da ocupação japonesa, Moon Jae-in afirmou que seu objetivo é "alcançar a paz e a unificação até 2045", embora seu mandato termine em 2022.
A Coreia do Norte responsabilizou Seul pelo atual congelamento das negociações binacionais, afirmando que as suspenderia.
"Não temos nada mais a falar com as autoridades sul-coreanas, nem temos intenção de voltar a conversar com elas",
anuncia o comunicado, reproduzido pela agência oficial KCNA.
A declaração norte-coreana criticou Moon por propor um diálogo no exato momento em que os EUA e a Coreia do Sul estão realizando exercícios militares conjuntos. Os exercícios entre os dois países devem ser concluídos na próxima 3ª feira, 20.08. Pyongyang denunciou as simulações, referindo-se a elas como ensaio para um ataque à Coreia do Norte.
O comitê do regime de Pyongyang acrescenta que tanto as manobras como a decisão de Seul de reforçar seus radares e interceptadores antimísseis estão destinados a "destruí-la". A Coreia do Norte já ameaçou diversas vezes buscar "um novo caminho" alternativo à mediação de Seul, caso o governo sul-coreano mantenha as atividades com os EUA, consideradas uma ameaça.