Diário do Mercado na 3ª feira, 16.07.2019
Ativos domésticos fecham com ajustes técnicos, alinhados ao exterior
Comentário.
Na ausência de direcionadores de maior relevância no âmbito doméstico, notadamente em relação ao intervalo no cronograma da reforma da Previdência, os mercados domésticos operaram de olho no cenário internacional. Lá fora, o ambiente foi de maior aversão ao risco.
O mercado seguiu monitorando as falas do presidente do Fed, Jerome Powel, que reiterou as últimas sinalizações, mais dovish, da entidade, destacando, todavia, riscos ligados ao comércio internacional e ao Brexit. Já a afirmativa de Trump, sobre haver “um longo caminho até o acordo comercial”, foi mais efetiva ao inibir a tomada de risco e causar leve queda nos índices de NY.
Por aqui, o Ibovespa apresentou pouca volatilidade e encerrou estável, aos 103.775 pts (-0,03%). No mercado de câmbio, o dólar avançou a R$ 3,7700 (+0,37%), acompanhado pelos contratos de juros futuros, que apontaram ligeira alta, especialmente nas seções intermediária e longa da curva.
Ibovespa.
Com noticiário mais esvaziado, o índice oscilou pouco durante a sessão, próximo da estabilidade. Embora tenha operado com modesta alta pela manhã, encerrou praticamente no zero a zero.
Dentre as altas, destaque para Vale, Suzano e B3. Na ponta oposta, Petrobras – acompanhando a queda do petróleo no mercado internacional, JBS e Ambev, apresentaram os recuos mais relevantes em termos ponderados.
O Ibovespa encerrou em 103.775 pts (-0,03%), acumulando alta de 2,79% em julho, 18,08% no ano e de 35,38% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 15,1 bilhões, sendo R$ 14,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 12 de julho (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 133,2 milhões na Bolsa. No mês de julho e no ano, os saldos estão negativos em R$ 844,8 milhões e R$ 4,7 bilhões, respectivamente.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-S (FGV), acelerou de 0,05% para 0,14% na 2ª quadrissemana de julho – praticamente em linha com o consenso de 0,12%. Os grupos Alimentação (0,04% para 0,26%) e Habitação (0,17% para 0,37%) puxaram o avanço do índice.
Nos EUA, as vendas no varejo (exceto automóveis) apresentaram alta de 0,4% em junho, ante 0,4% em maio – superando as expectativas do mercado (+0,1%). Já a produção industrial ficou estável (0,0%) em junho, desacelerando em relação a maio (+0,4%) e ligeiramente abaixo da projeção (+0,1%).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial tornou a avançar nesta terça-feira, alinhado ao comportamento internacional da divisa. O dólar se valorizou majoritariamente frente a uma cesta com as principais moedas globais.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,7700 (+0,37%), acumulando -1,82% em julho, -2,71% no ano e -2,41% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil se manteve nos mesmos 128 pontos da véspera.
Juros.
Em mais uma sessão de liquidez reduzida, a curva de juros futuros agregou prêmios, notadamente na ponta longa. O movimento é reflexo da realização de lucros dos investidores ante relevante queda recente, bem como da alta do dólar na sessão.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2021 em 5,57%, de 5,56%; DI janeiro/2023 em 6,37%, de 6,32%; DI janeiro/2025 em 6,96%, de 6,87%.
Para a semana.
Brasil: Arrecadação de impostos, Caged e Confiança da indústria (CNI);
Zona do euro: IPC.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 16.07.2019, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RENATO ODO, CNPI-P 3058, ambos integranes do BB Investimentos