Diário do Mercado na 5ª feira, 04.07.2019
Progresso com a Previdência inicia precificação de cenário otimista
Comentário.
Em dia de novo recorde altista para a Bolsa brasileira, os agentes realizaram as expectativas mais otimistas com o progresso da reforma da Previdência, levando o índice à máxima intradiária de 104.021 pontos e ao fechamento em um novo topo histórico, aos 103.636 pontos, com bons níveis de liquidez, mesmo com o feriado nos EUA.
Repercutindo o mesmo movimento, os juros futuros recuaram fortemente entre os vencimentos curtos e médios, com elevado volume de negociação e destaque para o DI de jan/21, que se consolidou abaixo do último suporte, fechando na mínima histórica de 5,7%.
Por outro lado, o mercado de câmbio operou com reduzidos níveis de liquidez, mas também em acentuada reversão baixista.
Além da aprovação do texto-base da reforma da Previdência na comissão especial do Congresso, por expressivos 36 votos a 13, sem abstenções, influíram positivamente a reprovação dos destaques individuais e o nível da economia fiscal, estimada em R$ 1,071 trilhão.
Paralelamente, as declarações do presidente do Bacen pontuaram novos possíveis desdobramentos positivos, ao utilizar a expressão "inflação baixa com credibilidade", para designar o atual ambiente, resultante do progresso da reforma.
Segundo interpretações do mercado, este contexto abre espaço para novos recuos da taxa Selic e para um consequente ganho de atratividade da Bolsa, uma vez que as próprias declarações do Copom atrelavam o rebaixamento do juro à evolução da Reforma.
Ibovespa.
O índice abriu em forte alta, acompanhando os trabalhos na Câmara, e se manteve acima da resistência de 103.400 pontos durante todo o pregão, com uma máxima intradiária em 104.021 pontos. Apenas duas ações do Ibovespa fecharam em queda, MRVE3 e EQTL3.
O Ibovespa encerrou em 103.636 pts (+1,56%), acumulando alta de 2,64% em julho, 17,92% no ano e de 38,66% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 13,2 bilhões, sendo R$ 12,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 2 de julho (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 23,4 milhões da Bolsa. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 4,32 bilhões.
Agenda Econômica.
Segundo a Anfavea, a produção de veículos atingiu 233,1 mil unidades no mês de junho, em queda de 9% na comparação com igual mês de 2018 e recuo de 15,5% ante o resultado de maio (sem ajuste sazonal).
Câmbio e CDS.
O dólar abriu a sessão com gap de baixa e se manteve oscilando em torno da linha de suporte de R$ 3,80.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,7990 (-0,71%), acumulando -1,07% em julho, -1,96% no ano e -2,91% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil recuou marginalmente, de 147 para 146 pontos.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, especialmente nos vértices curtos e médios, em mínimas históricas, no contexto do otimismo dos agentes com a aprovação do relatório da reforma da Previdência.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2021 em 5,72%, de 5,84%; DI janeiro/2023 em 6,48%, de 6,65%; DI janeiro/2025 em 6,98%, de 7,10%.
Para a semana.
EUA: Payroll e taxa de desemprego.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 04.07.2019, elaborado por RENADO ODO, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos