Diário do Mercado na 2ª feira, 01.07.2019
Otimismo no exterior se opõe à cautela com o processo da reforma
Comentário.
Os mercados globais reagiram positivamente ao avanço dos entendimentos entre EUA e China, registrando alta nas principais Bolsas, queda do dólar frente à maioria das moedas e elevação dos yields dos títulos do Tesouro norte-americano, em quase todos os vencimentos.
Como desdobramento, o ambiente doméstico também se favoreceu, mas com certa limitação, diante da postura mais prudente dos agentes com o processo da reforma da Previdência.
Para esta semana, estão previstas a votação do relatório da reforma, na comissão especial da Câmara, e uma reunião com governadores do Nordeste, para tratar da inclusão de seus estados e municípios no texto da proposta.
Assim sendo, Bolsa, juros futuros e câmbio abriram os pregões com otimismo, mas terminaram o dia com arrefecimento, no aguardo dos próximos desdobramentos da reforma. Destaque especial para o recuo dos juros futuros DI longos e do CDS Brasil, refletindo uma tendência geral favorável ao ambiente interno, em face de uma menor percepção de risco.
Ibovespa.
A expressiva alta na abertura cedeu lugar a uma gradativa devolução do ganho inicial, ao longo do dia, até fechar o pregão com ligeira elevação (+0,37%).
As ações dos frigoríficos foram especialmente favorecidas pela notícia de aumento do número de mortes de suínos na Ásia, ao passo que os setores de mineração e siderurgia repercutiram a alta do preço do minério de ferro, no porto de Qindao, China, em face do recuo da produção do minério na Austrália.
O Ibovespa encerrou em 101.339 pts (+0,37%), acumulando +15,31% no ano e +39,27% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,7 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 27 de junho (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 375,3 milhões na Bolsa, diminuindo o saldo positivo do mês de junho para R$ 388,2 milhões. O saldo acumulado em 2019 está negativo em R$ 3,27 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou com ligeira alta frente ao real, em sentido contrário ao das principais moedas globais.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8440 (+0,10%), acumulando -0,80% no ano e -0,85% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou de 151 pts para 148 pts.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, com movimento mais acentuado na ponta longa da curva.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 estável em 5,98%; DI janeiro/2021 em 5,81%, de 5,85%; DI janeiro/2023 em 6,59%, de 6,64%; DI janeiro/2025 em 7,05%, de 7,12%; e DI janeiro/2027 em 7,35%, de 7,44%.
Agenda Econômica.
O IPC-S de junho registrou -0,02%, em queda menor que o estimado pelo mercado (-0,07%) e o índice PMI brasileiro (dos gerentes de compras) do instituto Markit se mostrou ligeiramente melhor que as estimativas (51,0 e 50,2, respectivamente), enquanto o resultado da balança comercial de junho (em US$ 5,02 bilhões) foi menor que o esperado (US$ 5,37 bilhões).
Para a semana.
Brasil: Produção industrial e Vendas, exportação e produção de veículos Anfavea.
EUA: Seguro-desemprego e Payroll;
Alemanha: PMI Manuf e Taxa de seguro desemprego;
França, Reino Unido e Zona do Euro:
Japão e China: PMI Composto.
Confira no anexo a íntegra do relatóriod e análisedo comportamento do mercado na 2ª feira, 01.07.2019, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, do BB Investimetnos