Gen. Santos Cruz e Olavo de Carvalho
Pressões sobre o ex-ministros Santos Cruz foram no sentido da contratação de Olavo de Carvalho a peso de ouro
Militares com assento no Palácio do Planalto afirmam que o ex-ministro Carlos Alberto Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo, vinha recebendo pressão cada vez maior de Carlos Bolsonaro.
Segundo essas fontes, na primeira reunião de Cruz com Fábio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência (Secom), próximo de Carlos Bolsonaro, este apresentou ao ministro o projeto de pagar R$ 320 mil mensais ao escritor Olavo de Carvalho para que ele tivesse um programa de TV veiculado na EBC, TV Escola e em plataformas digitais do governo.
Além disso, Wajgarten propôs a Cruz colocar um olavista em cada uma das secretarias de comunicação dos ministérios. Cruz disse não.
A ideia foi reapresentada uma segunda vez. O valor passou de 400 mil. Cruz disse não, de novo.
O confronto com Olavo e a recusa a cerder dinheiro ou emprego ao escritor e seus seguidores foi a onda que se avolumou contra o ministro, tornando-se um problema para o presidente Jair Bolsonaro, que o tem como amigo.
"Foi um momento constrangedor para nós",
disse Bolsonaro.
"O governo segue aberto, mas [ele] não demonstrou interesse [em continuar]."
Embora seja militar, Cruz não estava no governo na cota dos militares, e sim na do próprio Bolsonaro, de quem é próximo desde que o defendeu na sua exclusão da ativa, quando o hoje presidente ainda era capitão. Por essa proximidade, Cruz era dos poucos que, dentro do governo, acreditava ter cacife para confrontar o presidente e impedir erros - incluindo o avanço do olavismo.
FONTE: A REPÚBLICA