Diário do Mercado na 3ª feira, 28.05.2019
Mercados retomam otimismo, com sinalização favorável à reforma
Comentário.
Os elevados volumes de negociação reforçam o início de uma tendência favorável de curto prazo, que se mostra mais otimista na Bolsa e no mercado de juros, mas menos positiva no câmbio.
Pesaram fortemente neste otimismo as declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, solicitando antecipação do processo ao relator da reforma da Previdência, e o anúncio de um pacto entre os Três Poderes, em favor de reformas e da retomada de crescimento econômico.
Paralelamente, com o retorno do feriado de ontem, nos EUA e no Reino Unido, a liquidez global retomou força e contribuiu para incrementar os volumes no mercado doméstico.
Como consequência, o Ibovespa zerou as perdas do mês e entrou em tendência de forte alta no padrão intradiário, logo após os anúncios do governo, colocando-se em um patamar superior de oscilação e testando um importante nível gráfico, aos 96.500 pontos.
A forte liquidez do dia reforçou também os indicadores gráficos, dando início a uma tendência de alta de curto prazo. Seguindo a mesma motivação, os juros futuros recuaram em todos os contratos e sofreram expressivo recuo da inclinação positiva da curva, ou seja, refletindo melhoria na percepção de risco-país.
Por outro lado, o mercado de câmbio não se mostrou tão positivo, apesar do recuo do dólar frente ao real, uma vez que a sua variação ao longo do dia ainda respeitou as bandas do atual padrão de alta.
No cenário externo, o leilão promovido pelo Tesouro dos EUA apresentou demanda elevada e reforçou a queda dos yields dos títulos norte-americanos, de modo geral, além de ter influenciado os juros domésticos DI longos, para baixo. Ao mesmo tempo, preocupações políticas na Europa reforçaram o movimento de busca por proteção nos mercados globais.
Ibovespa.
O índice iniciou o dia em padrão de dúvida, mas, após as 11h, configurou expressiva alta, reforçada por ligeiras correções.
O Ibovespa fechou aos 96.392 pts (+1,61%), acumulando +0,04% no mês, +9,68% no ano e +27,92% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 24,3 bilhões, sendo R$ 23,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 24 de maio (último dado disponível), a Bovespa mostrou entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 97,253 milhões, com a saída líquida em maio indo a R$ 5,193 bilhões neste mês. Em 2019, o saldo negativo acumulado está em R$ 4,68 bilhões.
Agenda Econômica.
O total da dívida pública federal apresentou uma queda de 1% em abril (R$ 3,878 tri) ante março (R$ 3,917 tri), informou a Secretaria do Tesouro Nacional.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em baixa frente ao real nesta terça-feira, com o investidor monitorando atentamente o avanço na pauta econômica local.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 4,0230 (0,30%), acumulando +2,60% no mês, +3,82% no ano e +7,77% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil variou 180 para 181 pts.
Juros.
Os juros aceleraram a queda na sessão regular de hoje e encerraram em baixa, apoiado pela melhora nas perspectivas no cenário político local.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 estável em 6,36%; DI janeiro/2021 em 6,61% de 6,75%; DI janeiro/2023 em 7,73% de 7,91%; DI janeiro/2025 em 8,36% de 8,52%; e DI janeiro/2027 8,72% em 8,86%.
Para semana.
Brasil: Dados de crédito; IGP-M; PIB; Resultados primário e nominal; Taxa de desemprego (PNAD).
EUA: PIB; Consumo pessoal; Novos pedidos seguro-desemprego.
Alemanha: IPC;
França: PIB;
Zona do Euro: Confiança industrial.
Japão: Produção industrial.
China: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 28.05.2019, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, e HENRIQUE TOMAZ DE AQUINO, CFA, ambos integrantes do BB Investimentos.