Diário do Mercado na 5ª feira, 14.03.2019
Ibovespa tem realizações após pontuação recorde da véspera
Comentário.
Ainda não foi desta vez que o índice brasileiro alcançou o ponto chamado pelo mercado de “barreira psicológica” dos 100.000 pts. Depois do recorde de pontuação e de fechamento de ontem, ocorreram naturais realizações hoje, mas com volume menor.
Todavia, apesar deste movimento baixista, ainda não dá para afirmar com mais precisão a tendência, nem se houve mudança de patamar de flutuação do índice.
As negativas bolsas de Nova York também influenciaram desfavoravelmente. Internamente, como pano de fundo, a justificativa esteve apoiada em rumores de mercado de algum desconforto com o texto entregue ontem com regras para aposentadorias de militares para a reforma da previdência.
Externamente, a cautela adveio de preocupações com os desdobramentos do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e por ruídos em relação ao possível acordo entre EUA e China que poderia colocar fim à guerra comercial entre estes países. Economicamente, ainda paira no ar o temor de um desaquecimento econômico global.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,8480 (+0,92%). As taxas dos juros futuros seguiram a tendência da divisa norte-americana, bem como realizaram os ganhos das recentes baixas, mostrando elevação ao longo de seus vencimentos (DIs).
Ibovespa.
O índice esteve levemente oscilante de início, mas após meia hora de negócios, entrou definitivamente em campo negativo. A trajetória declinante se acentuou depois da abertura das bolsas de Nova York, às 11h30, chegando na mínima do dia abaixo dos 98 mil pts, por volta das 15h. A partir daí, teve tão somente leve reação, que pareceu mais “zeragem” de posições vendidas ao longo do dia do que recomposição de posicionamentos.
O Ibovespa fechou aos 98.604 pts (-0,30%), acumulando +3,40% na semana, +3,16% no mês, +12,19% no ano e +14,59% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,278 bilhões (mais fraco do que os R$ 16,55 bilhões do recorde de ontem), sendo R$ 11,929 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 9 de março (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro de R$ 393,2 milhões, mas com saída de R$ 23,184 milhões em março. O saldo negativo acumulado no ano situa-se agora em R$ 1,118 bilhão.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana voltou a encerrar em alta frente ao real, com cautela externa, refletindo o avanço frente a 15 das 16 principais moedas globais e versus a maioria das divisas emergentes, tendo o real como líder de perdas.
O dólar comercial (interbancário) encerrou cotado a R$ 3,8480 (+0,92%), acumulando variações de +2,53% no mês, -0,70% no ano e +17,93% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil passou de 155 pts de ontem para 156 pts hoje.
Juros.
Após encerram em baixa durante várias sessões, os juros futuros realizaram ganhos hoje e voltaram a fechar em alta na sessão regular de hoje, pressionados pelo avanço do dólar e receios domésticos com a previdência.
O DI para janeiro de 2020 encerrou em 6,39% ante 6,35%. O DI para janeiro de 2021 passou de 6,91% para 6,97%. O DI para janeiro de 2023 subiu de 7,98% para 8,08%. O DI para janeiro de 2025 foi de 8,50% para 8,61%.
Agenda Econômica.
As vendas no varejo variaram +0,4% em janeiro, versus -2,1% em dezembro de 2018, bem como oscilou +1,9% ante o mesmo mês de 2018. Já em 12 meses, o indicador passou a acumular +2,2%. Já a receita nominal do varejo subiu +0,8% em janeiro, e cresceu +4,8% na comparação com janeiro de 2018. No varejo ampliado - inclui veículos e material construção - apurou +1,00% em janeiro, contra -1,7% em dezembro de 2018.
O destaque ficou em vendas de veículos, que mostraram alta mensal de +5,7%. Na comparação anual, o volume do varejo ampliado foi +3,5% maior, acumulando alta de +4,7% em 12 meses. Por sua vez, a receita nominal teve alta de +1,4% em janeiro de 2019 ante dezembro de 2018.
Para a semana
Brasil: Criação de empregos formais; IGP-10; Coleta de impostos.
EUA: Vendas de Casas Novas; Produção Industrial e Índice de Confiança da Univ. de Michigan.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 5ª feira, 14.03.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos