Itaú Unibanco - Resultado no 3º Trimestre/2018
Neutro como esperado
O Itaú apresentou outro resultado trimestral neutro, como esperado, com muitas peças móveis. O lucro líquido atingiu R$ 6.454 milhões, 2,3% abaixo do nosso e apenas 0,7% inferior ao consenso da Street. Os principais destaques positivos foram:
(i) a queda de 9,4% nas despesas de provisão devido a uma reversão de um valor alocado para um cliente específico na unidade de atacado no Brasil; e
(ii) aumento do crédito bruto de 2,3% trimestre/trimestre, acelerando o ritmo de crescimento em base anual para o patamar de dois dígitos (13,4%), algo não visto desde o 3T15.
Do lado negativo, destacamos:
(i) o salto de criação de NPL de 31% trimestre/trimestre;
(ii) o Itaú registrou vendas de ativos acima de R$ 3 bilhões, o que contribuiu para aumentar o lucro líquido em R $ 59 milhões no 3T18; e
(iii) receita de taxas abaixo do esperado (-3,6% a/e).
Em suma, o ROE permaneceu acima do nível de 20%.
Crescimento de empréstimos e qualidade de ativos.
Os empréstimos brutos classificados aumentaram 2,3% q / q, novamente beneficiados por todos os segmentos e impulsionados pelo portfólio da América Latina devido à taxa de câmbio favorável.
No lado individual, a evolução de 2,6% trimestre/trimestre e 11,2% ano/ano foi impulsionada por empréstimos com cartão de crédito (3,9% trimestre/trimestre e expressivos 20,1% ano/ano) e empréstimos para veículos (3,9% trimestre/trimestre). Os empréstimos corporativos, por sua vez, cresceram 0,8% em relação ao trimestre anterior, impulsionados pelo aumento de 1,7% na relação de capital de giro.
Como visto nos dados do Banco Central do Brasil, os bancos privados estão respondendo à demanda e apresentando crescimento acelerado em suas carteiras de crédito.
Apesar da inadimplência acima de 90 dias (NPL90), aumento de 9 bps q / q, não esperávamos ver o crescimento da formação de NPL no atacado, que acompanharemos de perto.
Outlook.
O Itaú apresentou um resultado neutro, ligeiramente negativo, com muitas peças móveis e esperamos uma reação negativa do mercado no curto prazo. No entanto, mantemos nossa visão construtiva sobre o nome, já que o Itaú deve ser o principal beneficiário nesse novo ciclo de crescimento de crédito, com melhor qualidade.
Além disso, o Itaú também deve se beneficiar de uma receita maior, dada a estrutura de seu resultado com menor dependência de crédito. Mantemos a recomendação de BRL 62,50 YE2019 TP e Outperform.
A ação da ITUB4 continua sendo a nossa principal escolha no setor financeiro brasileiro.
Confira no anexo a íntegra do estudo preparado por KAMILA OLIVEIRA e CARLOS DALTOZO, ambos Analistas do BB Investimentos