Diário de Mercado na 3ª feira, 24 de julho 2018
Ibovespa avança com commodities respondendo a estímulo fiscal na China
Resumo.
Em meio a uma sessão mais calma no âmbito externo e balanços corporativos no mercado doméstico considerados positivos, a bolsa tornou a operar no campo positivo.
No noticiário estiveram mais uma vez declarações de Trump, dessa vez endereçando a relação comercial dos EUA com a Europa, qualificando-a como “desastrosa”, mas o fato não fez tanto preço quanto a sinalização por parte da China de possíveis estímulos fiscais para catalisar o crescimento, fato que impulsionou especialmente empresas exportadoras ligadas a commodities.
Com o clima mais ameno, o dólar voltou a perder terreno ante o real, e os juros futuros devolveram prêmio de forma modesta, mas generalizada em seus vencimentos.
Ibovespa.
O índice já abriu eufórico, e bateu 2% de alta já nos minutos iniciais, refletindo especialmente melhores prognósticos da economia chinesa, com a especulação sobre estímulos fiscais no país.
O fato direcionou os investidores a companhias exportadoras ligadas a commodities, em especial do setor siderúrgico e de mineração. Somando-se ao fato, a Vale – que foi a principal responsável pela performance do ponderado na sessão – ainda reagiu positivamente à chancela de Investment Grade pela agência de risco Moody’s atribuída na véspera. Além disso, a safra de balanços do dia contribuiu para a instauração do clima auspicioso.
O Ibovespa fechou aos 79154 pts (+1,49%), com volume financeiro preliminar da Bovespa em R$ 9,13 bilhões, sendo R$ 8,86 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa.
No dia 20 (último dado disponível), houve entrada líquida de R$ 582,94 milhões em capital estrangeiro na B3. O saldo em julho passou a acumular ingresso de R$ 4,815 bilhões. Em 2018, o saldo ainda acumula saída líquida de R$ 5,132 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a confiança do consumidor (FGV) relativa ao mês de julho atingiu 84,2 ante 82,1 na leitura do mês anterior.
As prévias dos dados antecedentes dos índices dos gerentes de compras (PMIs) das empresas de manufatura do mês de julho foram divulgados na Europa e EUA, os resultados vieram melhores não apenas do que nas leituras anteriores, mas em comparação com as projeções dos analistas.
Nos EUA, o índice chegou a 55,5 ante 55,4 em junho e 55,1 estimado; na Zona do Euro 55,1 ante 54,9 em junho e 54,7 projetado; na Alemanha o dado mais elevado: 57,3 ante 55,9 em junho e 55,5 esperado; por fim, na França 53,1 ante 52,5 no mês anterior, mesmo valor aguardado pelo mercado.
Ao passo que os PMIs de serviços e composto ficaram predominantemente aquém do esperado, os dados demonstram um aquecimento no setor industrial global, já que todas as leituras se mantiveram acima de 50 – denotando propensão de demanda por parte dos setores responsáveis por compras das empresas, segundo a metodologia do indicador.
Câmbio e CDS.
O dólar voltou a se desvalorizar ante o real e também contra diversas moedas mundo afora, na esteira da melhoria do clima dado pela possibilidade de estímulos fiscais na China. Domesticamente, também houve contribuição do clima político, ecoando a adesão dos partidos de orientação centrista ao candidato considerado reformista.
O dólar fechou cotado a R$ 3,7441 (-1,11%), acumulando -3,36% em julho.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou pelo sexto dia consecutivo, a 224 pts, ante 225 pts da véspera.
Juros.
Assim como o câmbio, a melhora no ambiente externo e a percepção de avanço no imbróglio político em âmbito doméstico levaram os juros futuros a fechar em queda ao longo de toda a curva.
Para a semana.
No Brasil, destaque para o resultado primário do governo central. Nos EUA, ganham relevo indicadores ligados ao mercado imobiliário, a confiança do consumidor da Universidade de Michigan e a prévia do PIB do 2T18. Já na zona do euro, a decisão da taxa básica do Banco Central Europeu estará no centro do radar dos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 24.07.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos