VALE
Prévia de Ganhos no 2º Trimestre/2018
16.07.2018
A Vale divulgou em 16.07.2018, seu relatório de produção e vendas do 2T18 com números fortes, em ambas as comparações, anual e trimestral.
Na próxima semana, no dia 25, a companhia deverá divulgar os seus resultados do 2T18 com mais detalhes, e esperamos um desempenho positivo, com o EBITDA em linha t/t, apesar da queda nos preços do MF, e maior a/a devido ao ramp up de S11D e melhores preços no segmento de metais básicos.
Esperamos um EBITDA somado de USD 3.966 mm, em linha t/t e 45,5% mais alto, quando comparado ao mesmo período de 2017.
Dados Macro.
A guerra comercial eminente entre EUA e China ficou mais séria no mês passado e o cenário internacional tornou-se mais desafiador com as incertezas aumentando e o comércio mundial dando um passo para trás em sua história.
Contudo, acreditamos que ainda seja muito cedo para tirar conclusões sobre os impactos para ambas as economias no longo-prazo. O que temos observado, entretanto, é que a economia chinesa continua crescendo como esperado, conforme dados divulgados esta manhã.
As importações de MF no país asiático caíram 2% em junho, comparado ao mês anterior, mas ainda estáveis no acumulado do ano. Os estoques de MF nos portos chineses ficaram em 137 Mt, pouco abaixo dos 142 Mt observados anteriormente.
O destaque fica por conta dos prêmios pagos aos produtos de maior qualidade. Comparado com os dados históricos, vimos o spread entre o MF62% e o MF65% se aproximar de USD 30/t em junho, contra uma média de USD 20/t em 2018 e USD 17/t em 2017. Este comportamento confirma a maior demanda por produtos de melhor qualidade e a força do movimento de ‘flight to qualidty’ que vimos mencionando nos nossos relatórios anteriores.
Prévias trimestrais do 2T18. Os resultados deverão ser afetados positivamente por
(i) maiores prêmios pagos pelos produtos da Vale em ambos os segmentos de minerais ferrosos e metais básicos,
(ii) a valorização do dólar,
(iii) melhor performance do negócio de pelotas,
(iv) o break-even/EBITDA melhorando, vindo abaixo dos USD 30,5/t que vimos no trimestre anterior.
Por outro lado, devemos observar os impactos negativos advindos de
(i) menores volumes vendidos como percentual da produção devido à estratégia da empresa de aumentar estoques para blindagem no exterior,
(ii) greve dos caminhoneiros afetando ocusto de produção,
(iii) alta no frete e,
(iv) menor performance no segmento de carvão devido a estação chuvosa mais forte que o esperado.
Neste sentido, acreditamos que a receita venha em linha t/t e 18% maior a/a, especialmente impactada por melhores preços realizados de MF e níquel. Os custos devem ser afetados pela greve dos caminhoneiros e a estação de chuvas na região norte do país, que deve impactar na qualidade do conteúdo de ferro nos produtos.
A surpresa negativa fica por conta do negócio de carvão: estávamos esperando maiores volumes produzidos e vendidos no período; assim, o EBITDA esperado deve ficar em USD 81 mm, 22% abaixo t/t. Por outro lado, o negócio de metais básicos deve vir com EBITDA de USD 826 mm, com melhores volumes vendidos e maiores preços realizados para níquel.
Outlook.
Para o 3T18, a empresa deve anunciar o início de suas operações de pelotas em São Luís (MA), a qual conta com uma produção anualizada de 6 Mt. A empresa manteve seu guidance de 390 Mt para minerais ferrosos e 55 Mt para pelotas em 2018.
Com relação a carvão, a Vale revisou para baixo sua produção esperado para este ano de 15Mt para 14 mt, o que, ainda assim, significa uma produção trimestral de quase 5mt. Os custos devem se normalizar, removendo os efeitos da greve já mencionados.
Já para os preços de MF, vemos agora um cenário mais estável a frente quando comparado às oscilações do passado. Os produtos de maior qualidade devem continuar a ser beneficiados pelo cenário mais desafiador na indústria do aço, considerando que as usinas na China devem continuar pressionadas a melhorar sua produção a fim de compensar
(i) a reforma da indústria em curso e
(ii) os possíveis impactos da guerra comercial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento da VALE no 2º Trimestre/2018, elaborado por GABRIELA E. CORTEZ, CNPI, integrante do BB Investimentos