Diário do Mercado na 6a. feira, 20.07.2018
Ibovespa tem alta de 2,58% na semana
Resumo.
O ímpeto comprador no mercado acionário brasileiro visto nos minutos finais do pregão de quinta reverberou na sessão da sexta.
De fato, o viés capturado pelo mercado, que foi uma sinalização de apoio dos partidos políticos conhecidos como “centrão” à candidatura de Geraldo Alckmin constituiu um dos principais direcionadores à performance positiva dos ativos domésticos.
O movimento no âmbito eleitoral também ajudou o real a ganhar força contra o dólar, e encerrar a sessão abaixo do patamar de R$ 3,80, nível no qual não orbitava há quase um mês, e a estrutura a termo da curva de juros a devolver prêmio, especialmente nos vértices longos.
Ibovespa.
Os reflexos da notícia bem recebida pelo mercado, da sinalização de apoio do “centrão” à candidatura de um presidenciável considerado reformista, se traduziu em uma alta generalizada logo na abertura.
Apesar de ter perdido tração ao longo do pregão, o índice se manteve praticamente todo o dia no patamar dos 79 mil pontos, referendando uma nova onda de apetite ao risco por parte dos investidores no mercado doméstico, e consolidando uma semana de ganhos. Da predominante disparada, presente em praticamente todos os setores, destoaram aqueles ligados à exportação, em especial a Vale.
O Ibovespa fechou aos 78.571 pts (1,40%), com volume financeiro preliminar da Bovespa em R$ 12,85 bilhões, sendo R$ 12,49 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 18 (último dado disponível), houve ingresso de R$ 530,69 milhões em capital estrangeiro na B3. O saldo em julho passou a somar ingresso de R$ 4,501 bilhões. Em 2018, o saldo ainda acumula saída líquida de R$ 5,446 bilhões.
Agenda Econômica.
Encerrando a agenda da semana, o IPCA-15 desacelerou a 0,64% em julho, ante avanço de 1,11% em junho – abaixo da projeção de 0,73%. Com o resultado, o índice acumula alta de 3,00% em 2018 e de 4,53% nos últimos 12 meses, frente 3,68% nos 12 meses encerrados em junho.
Apenas 3 grupos foram responsáveis por 95% da alta de julho, contribuindo com 0,61 p.p., a saber: Alimentos e bebidas (0,61% após 1,57% em junho), Transportes (0,79% após 1,95%) e Habitação (1,99% após 1,74%).
Já segundo dados do Ministério do Trabalho, o Caged registrou o fechamento de 661 vagas de trabalho em junho (sem ajuste sazonal), ante criação de 33 mil vagas em maio – muito abaixo do projetado pelo mercado com a criação de 55 mil postos de trabalho.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu a sessão em firme queda, batendo a cotação mínima intradiária ainda pela manhã, quando chegou a valer R$ 3,7630. Além dos direcionadores domésticos, a divisa se enfraqueceu de forma generalizada no exterior, contribuindo para a forte queda domesticamente.
O dólar fechou cotado a R$ 3,7760 (-1,72%), acumulando recuo de -2,61% em julho, e alta de 13,91% no ano e de 20,79% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou a 228 pts, ante 238 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa, com relevantes recuos principalmente nas seções intermediária e longa da curva, refletindo diminuição na percepção de risco por parte dos agentes. Os principais direcionadores foram o dólar e a movimentação no cenário político em prol de candidato considerado reformista.
Para a semana que vem.
No Brasil, destaque para dados fiscais de arrecadação e o resultado primário do governo central. Nos EUA, ganham relevo indicadores ligados ao mercado imobiliário, a confiança do consumidor da Universidade de Michigan e a prévia do PIB do 2T18. Já na zona do euro, a decisão da taxa básica do Banco Central Europeu e os PMIs da região estarão no centro do radar dos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6a. feira, 20.07.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos