RENDA FIXA - Mercado Secundário de Debêntures em 27/06/2018
Volume se eleva, em contexto de Selic baixa e crescentes prêmios de risco em prazos maiores
Em cenário de forte aversão ao risco, a renda fixa doméstica assimila o nível histórico de inclinação positiva na curva DI, enquanto o dólar e o CDS soberano renovam altas, em padrões gráficos consistentes.
Entretanto, na sequência da recente decisão do Copom, os agentes vêm efetuando ajustes em suas posições, levando os contratos DI a oscilações de menor expressividade, ao passo que os rendimentos da NTN-B se elevam em toda a extensão, em linha com a divulgação de indicadores de inflação acima das expectativas.
Como reflexo, intensificam-se os movimentos de maior volatilidade entre as debêntures monitoradas, seja pela própria amplitude entre suportes e resistências, seja pela rápida sucessão de padrões de alta e de baixa – especialmente como o observado em AGRU12, CART22, ECCR32, MRSL17 e TAEE33.
Ao longo da semana, 39 papéis apresentaram alta, contra apenas 2 em baixa, mas com picos de valorização que chegaram a expressivos 4,5%. A análise gráfica, por sua vez, confirma a falta de força dessas variações, com 6 ativos em tendência indefinida, entre 12 analisados.
Todavia, é importante observar que a liquidez do secundário de debêntures vem apresentando contínuo fortalecimento, com volumes mensais superiores à média histórica e número recorde de séries negociadas.
Neste encerramento do primeiro semestre de 2018, o volume financeiro já registra a média mensal de R$ 4,85 bilhões, contra R$ 4,04 bilhões em 2017 e R$ 3,48 bilhões em 2016.
Dessa forma, o movimento revela que a gradativa redução do juro básico e o menor nível histórico da taxa Selic vêm contribuindo para abrir oportunidades de captura de yield nas emissões privadas, em horizonte de prazos mais longos. Em outras palavras, enquanto a volatilidade não favorece as operações mais curtas, as estratégias mais longas se beneficiam do crescente prêmio de risco da renda fixa.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do Mercado Secundário de Debêntures, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, Analista Sênior, e JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, Analista Sênior, ambos do BB Investimentos