Diário de Mercado na 5ª feira, 28/06/2018
Alívio em tensão comercial global e RTI impulsionam bolsa
Resumo.
O dia foi marcado por oscilações mistas nos mercados mundo afora, tendo como pano de fundo principal sinais brandos emitidos pela Casa Branca a respeito do comércio mundial.
De um início de sessão marcado pelo clima pesado, passou-se a um alívio na parte da tarde, ante palavras de Trump reiterando expectativa de bons acordos com Coreia do Sul e União Europeia. Internamente o relatório trimestral de inflação do Bacen acabou consolidando o viés de expectativas inflacionárias predominantemente baixas apesar do impacto pontual da greve dos caminhoneiros, e também a manutenção da Selic em patamar baixo, dada a revisão do crescimento econômico para uma margem mais modesta para 2018.
Com a melhora do clima de comércio no exterior e ancoragem de expectativas com o RTI no Brasil, ambos câmbio e juros recuaram, enquanto o Ibovespa avançou.
Ibovespa.
Após abertura em território timidamente positivo, o bom humor vindo do exterior – com palavras positivas de Trump sobre o comércio global – solidificou a alta. As maiores contribuições ao ponderado vieram do setor financeiro, sendo este um dos mais penalizados no mês, apresentando boa recuperação nesta sessão, e também do setor siderúrgico, que acompanhou a alta do minério de ferro.
O Ibovespa encerrou aos 71.766 pts (1,64%), ainda acumulando alta de 1,59% na semana, e recuo de -6,50% no mês, -6,07% no ano e +15,72% em 12 meses. O volume financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,712 bilhões, sendo R$ 8,413 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externo na Bolsa
Na 3ª feira, 26.06, último dado disponível, houve saída líquida de capital estrangeiro em R$ 196,937 milhões da bolsa. No mês de junho, o saldo negativo foi a R$ 6,775 bilhões; já no ano, o saldo acumulado registra saída líquida de R$ 10,787 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o destaque do dia ficou por conta do RTI – relatório trimestral de inflação divulgado pelo Bacen. Nele, segundo a leitura da autoridade, a dinâmica inflacionária permanece favorável, apesar do impacto da greve dos caminhoneiros, que embora tenha se mostrado aguda, deve ser apenas pontual.
PIB para 2018. O documento também revisou a projeção do PIB para 2018, que segundo o BC irá se situar em 1.6% - queda de 1 ponto percentual do relatório anterior em 2.6%.
Ainda internamento, o IGP-M variou 1,87% na passagem de maio para junho, acelerando ainda mais ante o dado do mês anterior (1,38%), ambos contaminados pelos efeitos pontuais da greve dos caminhoneiros. No comparativo ante junho de 2017, a margem ficou em 6,92%, sendo que em ambos os horizontes analisados o número veio acima do projetado pelos analistas (1,79% e 6,84% respectivamente).
Nos EUA, a terceira e última estimativa do PIB do 1T18 marcou avanço de 2,0% na taxa anualizada. O número ficou aquém das expectativas do mercado, que aguardava 2,2%, mesmo valor da segunda prévia. O consumo pessoal também veio aquém do esperado (0,9% vs 1,0%).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) apresentou fraqueza ante pares emergentes na sessão, tendo em vista especialmente o dado do PIB ligeiramente aquém do antecipado, mas também um tom de alívio no discurso protecionista dos EUA.
O dólar fechou cotado a R$ 3,8615 (-0,13%), acumulando alta de 2,25% na semana, 3,20% no mês, 16,71% no ano e de 17,53% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos ficou estável aos 267 pts ante quarta-feira.
Juros.
A curva a termo dos juros futuros operou em firme queda ao longo de toda a sua extensão, principalmente respondendo ao maior apetite ao risco vindo do mercado externo. Internamente, o RTI influenciou também os vértices curto e intermediários, que recuaram mais agudamente, com renovação da expectativa de manutenção da Selic no atual patamar por prazo mais prolongado.
Para sexta-feira.
No Brasil, destaque para a Pnad contínua (desemprego) relativa a maio.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 28.06.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos