Diário de Mercado na 2ª feira, 14.05.2018
Mercados acionários no exterior e Ibovespa fecham praticamente estáveis
Resumo.
Em pregão sem direcionadores relevantes aqui e lá fora, o Ibovespa encerrou “de lado”, resgatado por Petro, Vale – na esteira da valorização das commodities - e pelo encerramento levemente positivo em NY.
Não fossem as firmes altas das blue chips citadas, o índice doméstico recuaria em meio a cautela dos investidores em relação ao cenário eleitoral de 2018.
A divulgação da pesquisa de presidenciáveis da CNT/MDA nesta segundafeira mostrou fraco desempenho dos candidatos pró-reformas – preferidos pelo mercado.
Ademais, os mercados emergentes seguiram sofrendo diante do aumento das chances de mais três elevações na taxa dos Fed funds – após discurso de membro votante do Fed com enfoque mais duro em relação à política monetária.
No mercado de câmbio, o dólar encerrou no maior patamar desde abr/2016, puxando também a curva da estrutura de juros futuros.
Ibovespa.
Após uma manhã positiva, o índice doméstico passou a bater as mínimas no meio da tarde, mas recuperou-se a caminho do fim da sessão, encerrando “de lado”.
O setor financeiro pesou com quedas relevantes de Bradesco, B3 e Itaú. Na outra ponta, os papéis de Vale e Petrobras seguiram com fortes valorizações, favorecidos pelas altas das commodities – garantindo a estabilidade do índice.
O índice encerrou aos 85.232 pts (+0,01%), recuando 1,03% no mês, avançando +11,56% no ano e subindo +24,94% em 12 meses.
O robusto volume preliminar da Bovespa foi de R$ 12,085 bilhões, sendo R$ 11,553 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 5ª feira, 09.05, último dado disponível, houve entrada líquida de capital estrangeiro em R$ 892,906 milhões na bolsa, reduzindo o saldo negativo do mês para R$ 821,465 milhões e aumentando o saldo positivo do ano para R$ 3,600 bilhões.
Agenda Econômica.
No relatório semanal Focus do Banco Central, nas projeções de mercado desta semana o destaque ficou por conta da revisão no consenso dos analistas sobre o crescimento do Brasil para este ano.
O PIB, que vinha rondando uma variação de 2,80% desde o início do ano, sofreu uma maior revisão para baixo, recuando para 2,51%, versus 2,71% na semana anterior.
Por outro lado, a inflação pelo IPCA teve sua estimativa reduzida pelos agentes, para 3,45% em 2018, contra 3,49% na semana passada.
Já em relação a outros indicares, pode ser citada a elevação da taxa de câmbio, que subiu a R$ 3,40 para o final deste ano, frente a R$ 3,37 anteriormente prevista.
De toda a sorte, o cenário em geral continua favorável, mas, a expansão econômica esperada perdeu força – ressaltando que o PIB do primeiro trimestre deverá ser divulgado em 30 de maio próximo e que o dado de atividade econômica, tido como prévia do crescimento, será anunciado na próxima 4ª feira, 16.05.
Nesta semana, vale lembrar que também na 4ª feira, 16.05, o Copom decidirá sobre a taxa básica de juros, já tendo anunciado antecipadamente que deverá baixá-la em 25 pts-base, para seu novo piso histórico de 6,25% a.a. – sendo também consenso de mercado.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) principiou a sessão recuando moderadamente, mas ainda pela manhã a divisa alternou ao terreno de alta frente ao real.
O dólar passou a galgar novos patamares, encerrando na maior cotação desde abril/2016.
No exterior, a divisa norte-americana se fortaleceu diante da maioria de seus pares, assim como ante as moedas de emergentes.
O dólar fechou cotado a R$ 3,6260 (+0,72%), acumulando alta de +3,48% no mês, +9,38% no ano e +16,07% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu ligeiramente a 186 pts, ante 185 pts da última 6ª feira.
Juros.
Os juros futuros seguiram a trajetória altista da última 6ª feira e encerraram a sessão regular com elevações em toda a curva. Embora iniciando o dia com viés de baixa, o resultado da nova pesquisa eleitoral CNT/MDA, bem como o fortalecimento do dólar frente ao real pressionaram e alteraram o rumo das taxas.
Os vértices de médio e longo prazos registraram alta moderada, ao passo que a seção de curto prazo moveu-se em menor escala, ainda precificando uma queda de 25 bps da taxa Selic na próxima reunião do Copom, que ocorrerá na 4ª feira.
Para a semana.
Brasil: Volume do setor de serviços, IPC-S FGV, IGP-10 FGV, Atividade econômica, Selic, IPC FIPE- Semanal e IGP-M Inflação 2ª prévia;
EUA: PIB, Adiantamento
de vendas no varejo, Estoques de empresas, IPC, Construção de casas , Alvarás de construção, Produção industrial e Índice antecedente;
França: IPC; zona do euro: Produção industrial, PIB e IPC principal;
Japão: PIB anualizado, Produção industrial e IPC;
China: Vendas no varejo, Produção industrial e Investimento estrangeiro direto.
Confira no anexo a integra do relatorio de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 14.05.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos