Diário de Mercado na 2ª feira, 09.04.2018
Ibovespa cai na contramão dos principais mercados
Resumo
O mercado acionário brasileiro segue sentindo os efeitos das indefinições que permeiam o turvo cenário político doméstico. O foco dos investidores se volta ao STF, uma vez mais, que poderá retomar discussões sobre a autorização para prisões quando já findos os recursos da segunda instância.
É possível que a questão gere novos desdobramentos ao já conturbado quadro eleitoral de 2018, aumentando o receio do mercado em relação à descontinuação da política econômica.
À vista disso, após moderado recuo (-0,46%) na última 6ª feira, o Ibovespa afundou aos 83.307 pts (-1,78%) no presente pregão - menor cotação em quase dois meses. Já os principais mercados bursáteis pelo mundo avançaram. Vale ressaltar também a forte elevação do dólar, na maior cotação desde dezembro de 2016.
Ibovespa.
O índice doméstico até esboçou acompanhar a alta generalizada nos mercados estrangeiros, mas ainda na primeira hora de pregão afundou em campo negativo. Os pares norte-americanos também sofreram com um arrefecimento nos ânimos após atingirem avanços de mais de 1,5% e não colaboraram para uma melhora no Ibovespa.
O setor financeiro teve grande peso no recuo do Ibovespa com firmes quedas, com destaque negativo para o Bradesco (-4,85%). Por outro lado, Vale, Cielo e Marfrig avançaram – o expressivo avanço da última (+18%) ocorreu em decorrência de nova aquisição feita pela companhia nos EUA.
O Ibovespa fechou aos 83.307 pts (-1,78%), acumulando -2,41% no mês, 9,04% no ano e +28,97% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,252 bilhões, sendo R$ 9,027 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 5ª feira, 05.04, último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 408,703 milhões na bolsa, diminuindo o saldo positivo do mês e do ano para R$ 24,733 milhões e R$ 67,127 milhões respectivamente.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-DI avançou +0,56% em março, ante variação de +0,15% em fevereiro – abaixo do consenso de +0,66%. No ano, o índice acumula elevação de +1,30% e oscilação de +0,76% nos últimos 12 meses.
No desdobramento do índice, o IPA (atacado) acelerou +0,77% em março, contra variação de +0,15% no mês anterior. Já o IPC (varejo) oscilou +0,17% em março, repetindo a variação (+0,17%) de fevereiro. O INCC acelerou a +0,24% no presente mês, ante +0,13% registrado em fevereiro.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) registrou firme alta durante a sessão. A escalada da divisa se intensificou nos minutos finais do pregão, quando a moeda bateu a máxima intradiária, chegando a valer R$ 3,4220. No exterior, a divisa registrou desvalorização ante as principais moedas, bem como perante a maioria das moedas emergentes.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,4190 (+1,67%) – maior valor desde dezembro de 2016. A divisa acumulou +3,51% no mês, +3,14% no ano e 8,64% nos últimos 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 170 pts, ante 167 pts da 6ª feira 06.04.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com leves ajustes de alta em toda a estrutura da curva, acompanhando o forte avanço do dólar ante o real e a cautela em relação à opacidade do cenário político.
Para a semana
Brasil: IPC FIPE-Semanal, IGP-DI inflação FGV, IPC-S IPC FGV, balança comercial semanal, IPCA inflação IBGE, IGP-M inflação 1ª prévia, vendas no varejo, venda ampla varejo e volume do setor de serviços IBGE;
EUA: IPC, FOMC ata da decisão e confiança do consumidor Universidade de Michigan;
Alemanha: núcleo do IPC;
França: núcleo do IPC; zona do euro: produção industrial;
Reino Unido: produção industrial;
China: IPP, IPC, balança comercial, exportações A/A, importações A/A, oferta monetária M2 A/A, financiamento agregado CNY e New Yuan Loans CNY.
Confira noa nexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 09.04.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos