Boletim FOCUS, de 08.01.2018
PIB permanece protagonizando.
Spread Dólar/CDS se acentua
A virada do ano trouxe poucas novidades para o cenário projetivo extraído do relatório Focus do Bacen. Ao passo que as variáveis para 2017 vão chegando próximas de suas divulgações finais, deixando um espaço bastante limitado para surpresas; para o ano de 2018, o horizonte já embute significativas melhoras ocorridas nas últimas semanas, em especial PIB, mas também Selic e inflação.
PIB. O PIB para 2017, cuja divulgação se dará no dia 1º de março manteve a trajetória ascendente, embora em nível pouco expressivo, atingindo 1,01% (de 1,00% na semana anterior), registrando a sexta semana consecutiva de melhora.
O indicador, que agora projeta o patamar mais elevado desde novembro de 2016, reagiu após a divulgação do PIB do 3T17, que trouxe consigo revisões melhores do que esperadas para os números do 1T e 2T.
Sua leitura também deixa no retrovisor os prognósticos menos otimistas vislumbrados após a delação de Joesley Batista em maio de 2017, quando a leitura chegou a oscilar em 0,34%.
Para 2018, embora a projeção tenha recuado, quebrando uma sequência de sete semanas consecutivas de alta, ocorreu em variação mínima, retornando a 2,69% ante 2,70% da semana passada.
Selic e IPCA.
Após encerrar 2017 em seu menor patamar histórico, a Selic projetada para 2018 agora encontra-se em compasso de espera. Há consenso no mercado de que existe espaço para, no mínimo, mais um corte de 0,25% na próxima reunião do Copom em fevereiro, não apenas pelas evidências sinalizadas pelo Copom por conta do comunicado da reunião passada, mas também pela precificação atual da curva de juros futuros.
O dado do IPCA que selará a leitura fechada de 2017 será conhecido na quarta-feira, e uma inflação mais desacelerada do que os 2,79% na variação anual atualmente esperada pode servir de catalisador para novas revisões da Selic, que atualmente projeta 6,75% ao término do ano.
Câmbio.
Estabilidade é a tônica do câmbio, que permaneceu projetado a R$ 3,34 para o final de 2018. A dicotomia com o CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos, no entanto, acentua-se cada vez mais, já que o segundo atingiu seu menor patamar desde setembro de 2014 aos 147 pontos.
Síntese
- O IPCA subiu a 2,79% para 2017 (2,78% antes) e caiu a a 3,95% (de 3,96%) para 2018.
- A taxa Selic para 2018 ficou estável a 6,75%.
- O dólar para 2018 ficou estável a R$ 3,34.
- O PIB subiu a 1,01% (1,00% antes) para 2017 e caiu a 2,69% (de 2,70%) para 2018.
- O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) cedeu a 147 pts (05 / jan), versus 162 pts da semana anterior (22/dez).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do Boletim Focus, de 08.01.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e WESLEY BERNABE, CNPI, ambos da equipe do BB Investimentos
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