Teve início na tarde de ontem, 3a feira, 28.08.2012, a reunião do COPOM Comitê de Política Monetária. A reunião se desdobra em dois dias e, nesta 4a feira, após encerrado o expediente do mercado financeiro, será divulgado o resultado dos trabalhos: a taxa SELIC, taxa de juros básicos do mercado financeiro brasileiro, que deverá vigir até a próxima reunião do COPOM que ocorrerá daqui a 45 dias.
Participam da reunião diretores do Banco Central.
Os juros Selic situam-se hoje no patamar de 8,0% ao ano e a expectativa do mercado financeiro é de que sejam reduzidos em 0,5 ponto percentual, para 7,5% ao ano, segundo evidencia o boletim Focus, divulgado em 27.08 pelo próprio Banco Central.
Nos últimos 12 meses a taxa SELIC caiu 4,5 pontos percentuais reduzindo expressivamente a rentabilidade das carteiras de títulos governamentais mantidas pelos bancos. Diante disso, os analistas dos bancos acenam com a possibilidade de a inflação escapar do centro da meta firmada pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5% para 5,19% ao ano, contando que, em algum momento do futuro, os juros SELIC voltem a subir.
Há indefinição, porém, entre os analistas, em relação à manutenção da política monetária nas reuniões futuras do Copom, uma vez que a atividade econômica dá sinais de reaquecimento. No boletim Focus divulgado nessa segunda-feira, os analistas elevaram, pela sétima semana seguida, a perspectiva de inflação deste ano para 5,19%, distanciando-se do centro da meta de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional.
Há 12 meses, quando o COPOM iniciou a trajetória de queda dos juros, que estavam em 12,5% ao ano, em agosto último, o mercado financeiro ficou estarrecido com aquele início, uma pequena redução de 0,5 ponto percentual. Na ocasião, buscou desqualificar o quanto pôde a justificativa apresentada pelo COPOM para a redução dos juros Selic, o recrudecimento da crise européia. Mesmo depois disso, o presidente da FEBRABAN, em entrevista ao jornal VALOR ainda desqualificou o diagnóstico, em abril/12. Até o FMI, em julho/12, manifestou nas entrelinhas sua crítica.
Neste agosto/2012, contudo, parcela majoritária dos analistas do mercado financeiro considera correta a avaliação e as medidas do COPOM relativamente aos juros SELIC.
Apenas o ex-ministro Maílson da Nóbrega, o da hiper-inflação durante o governo Sarney, crítico veemente da queda dos juros SELIC, em entrevista ao Jornal das 10 da GloboNews, em 28.08, disse que o Banco Central não acertou em seu diagnóstico sobre a crise européia, apenas "teve sorte" ! Dele afirmou Guido Mântega em seminário promovido pelo BNDES, em julho último, tête à tête, que defende os interesses dos grandes bancos, conforme noticiou o jornal Valor Econômico.