Boletim FOCUS, de 25.09.2017
Mercado vê cenário cada vez melhor !
2017: IPCA abaixo de 3,00% e PIB subiu.
2018: IPCA prosseguiu declinando e PIB avançando.
O relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado, prossegue sinalizando, semana após semana, uma percepção de cenário melhor para o Brasil.
Os indicadores seguem evoluindo e embutem projeções mais otimistas tanto para 2017, como para 2018 - a expectativa de inflação ao consumidor permanece baixa, a taxa básica de juros em patamar mínimo histórico e, se sobressaindo, mais um avanço no crescimento esperado.
Enfim, esta tendência favorável vai levando o País para um nível superior de expectativas, induzindo o investimento no setor produtivo e um incremento no ingresso de capital externo.
Inflação. O mercado passou a considerar um IPCA inferior ao piso estabelecido de 3,00% - inclusive, expectativa de inflação que não ocorria desde 1999. A safra recorde e o comportamento do câmbio têm sido fundamentais na trajetória declinante da inflação acumulada em 12 meses, bem como na taxa mais baixa esperada pelos agentes.
O IPCA-15 de setembro – dado predecessor da inflação ao consumidor fechada do mês, desacelerou para +0,11%, versus +0,35% em agosto – pouco abaixo do consenso de +0,13%. O índice passou a acumular +1,90% em 2017, bem como cedeu para +2,59% em 12 meses, ante +2,68% até agosto, inferior ao piso fixado de 3,0% para 2017.
Pelo lado desinflacionário, o destaque de contribuição foi o grupo alimentos e bebidas (peso de 25%), que variou -0,94%, computando -0,23 p.p. no índice geral, com a continuidade do recuo de preços de alimentos. Já pela parcela inflacionária, o grupo transportes (peso de 18%), que oscilou +1,25% no mês, contabilizou +0,22 p.p. no índice geral, influenciado pelo aumento de combustíveis. No momento, esperamos que o IPCA finde 2017 na casa de 2,7%.
Taxa Selic. Não houve alterações: taxa Selic sendo mantida em 7,00% a.a. tanto para 2017, como para 2018.
No RTI (Relatório Trimestral de Inflação), o Banco Central inferiu que, caso fossem usadas as projeções do relatório Focus para juros e mantido o câmbio atual constante, hoje, as projeções de inflação pelo seu modelo seriam 3,2% para 2017, 4,3% para 2018, 4,2% para 2019 e 4,1% para 2020. Ou seja, praticamente alinhadas com suas respectivas metas de inflação para os próximos anos (2008: 4,50%; 2019: 4,25%; 2020: 4,00%).
Contudo, nossa percepção é que a trajetória de inflação será favorável, podendo, o câmbio vir a ceder no médio prazo, acompanhando a queda do risco-país.
Assim, a taxa Selic poderia até encerrar 2017 pouco abaixo de 7,00% ou ceder para patamar inferior a este nas reuniões iniciais de 2018. Agora, esperamos ainda que a taxa encerre 2017 em 7,00%.
Câmbio. Sem mudanças conceituais que alterassem o nível atual. Eventual turbulência externa – não descartada pelo possível evento belicoso entre EUA e Coreia, poderia elevar a cotação no curto prazo. A aversão ao risco mensurada pelo CDS Brasil de 5 anos situava-se em 201 pts em 22 de setembro contra 179 pts em 15 de setembro.
PIB. O crescimento espelha a melhor visão dos agentes sobre o Brasil, com o PIB ascendendo a +0,68% para este ano e a 2,30% para 2018. No momento, já enxergamos um crescimento de pelo menos 0,7% para 2017 e de 2,5% para o próximo ano.
Síntese
O IPCA baixou a +2,97% para 2017 (+3,08% antes) e a +4,08% (de +4,12%) para 2018.
A taxa Selic se manteve em 7,00% tanto para 2017, como para 2018.
O dólar cedeu a R$ 3,16 (R$ 3,20 antes) para 2017 e permaneceu em R$ 3,30 para 2018.
O PIB cresceu a +0,68% (+0,60% antes) para 2017 e a +2,30% (+ 2,20% antes) para 2018.
O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) subiu para 201 pts (22/set), versus 179 pts da semana anterior (15/set).