VIA VAREJO - Resultado 2º trimestre de 2017
Um bom trimestre, com impacto não caixa do termo de acordo
O resultado do 2T17 da Via Varejo veio positivo, conforme esperado, porém com muitos ajustes oriundos do reconhecimento de créditos tributários e da Lei do Bem durante o 2T16 e do termo de acordo assinado com a família Klein no início de julho deste ano.
O top line aumentou 9,8% a/a, para R$ 7,0 bi (+1,4% A/E), desempenhando acima da média de mercado de -1,6% (nos últimos 12 meses até maio, de acordo com o IBGE).
A margem bruta veio em linha com as nossas estimativas, em 31,2% (-0,1 p.p. A/E), diminuindo 2,1 p.p. a/a, Frente à forte base comparativa do 2T16, quando a companhia teve um efeito positivo não recorrente de mais de R$ 220 milhões em créditos tributários.
A margem EBITDA, por outro lado, veio 0,8 p.p. abaixo do esperado, em 3,1%, impactado pelo montante de R$ 167 mi em outras despesas (+188% A/E), sendo R$ 97 mi provenientes do termo de acordo assinado com a família Klein, relacionado ao pagamento de perdas e danos incorridos por ambas as partes desde a operação de fusão, sem efeito caixa (baixa de ativos).
Ainda assim, a margem líquida veio em linha com as nossas projeções, em -0.7% (-0,1 p.p. A/E), em decorrência de despesas financeiras líquidas abaixo do esperado (-2,5% A/E).
No geral, esperamos uma reação positiva de VVAR11 nos próximos pregões, refletindo não só os bons números do 2T17, mas também as expectativas em relação à venda da companhia nos próximos meses.
Outrperform
Mantemos nossa recomendação de Outperform para a Via Varejo, com preço-alvo de R$ 14,00 para a ação da companhia para o final do ano. VVAR11 está sendo negociada a 6,0x EV/EBITDA para o final de 2017, de acordo com as nossas estimativas, contra uma média histórica (últimos 4 anos) de 3,9x.
Top line seguiu em tendência positiva…
A receita líquida aumentou em 10,8% a/a no 2T17 (+2,9% A/E), impulsionada pelos Dias das Mães e dos Namorados.
Nas lojas físicas, o desempenho de vendas em mesmas lojas veio positivo em 10,8% no 2T17 (+5,8 p.p. A/E), contra +2,5% no 2T16, enquanto o e-commerce expandiu 9,5% a/a no trimestre (GMV +22,5%).
A operação de marketplace atingiu 25% de participação nas vendas online (contra 20% no 1T17). A boa performance do top line refletiu os resultados positivos provenientes das iniciativas comerciais implementadas nos últimos meses, como a maior assertividade no mix de produtos e uma política de preços regionalizada, combinados com a liberação dos fundos inativos do FGTS.
…com um bom nível de rentabilidade...
A margem bruta caiu 2,1 p.p. a/a no 2T17, para 31,2% (-0,1 p.p. A/E), em decorrência da forte base comparativa do 2T16, quando a companhia teve um efeito positivo não recorrente de mais de R$ 220 mi, relacionados principalmente a créditos de PIS/Cofins.
Desconsiderando este efeito, a margem bruta teria aumentado 2,7 p.p. no período, devido a
(i) uma maior penetração de serviços nas vendas totais (+0,9 p.p., para 12.5%) e
(ii) uma política comercial mais assertiva, principalmente no canal online.
A margem EBITDA ajustada expandiu em 1,1 p.p. a/a, para 5,8% (+1,0 p.p. A/E), refletindo a maior alavancagem operacional bem como uma forte racionalização de custos.
As despesas com VG&A apresentaram um crescimento de apenas 1,4% a/a, abaixo da inflação no período (+3,0%), beneficiadas pelo projeto Movve dentro das lojas físicas e pela otimização das despesas trazidas pela integração dos negócios.
Confira no anexo a íntegra do estudo sobre o desempenho da Via Varejo no 2º trimestre/2017, elaborado por Maria Paula Cantusio, analista senior do BB Investimentos