Carteira Sugerida de Ações - Maio de 2017
Maio 2017: reformas internas e tensão geopolítica externa
Perspectivas.
Domesticamente, o mês de maio embute a análise final e, provavelmente, a votação da reforma da previdência. A aprovação da proposta atual do governo já está parcialmente precificada, mas, caso seja postergada, significativamente modificada ou até mesmo rejeitada, o impacto adverso será sentido nos mercados.
Como o governo necessita de 308 votos entre os 513 deputados da Câmara, ainda deverão ocorrer negociações com os parlamentares. Ademais, comentários contrários as reformas trabalhista e previdenciária de senadores do próprio partido governista poderão trazer contratempos em relação ao trâmite das medidas no Senado.
Também, os investidores estarão atentos aos prováveis avanços da operação lava a jato ao longo do mês.
No dia 31, o Copom deverá dar sequência ao ciclo de afrouxamento monetário – neste momento, nossa visão é de corte de 125 pontos-base na taxa Selic, reduzindo-a para 10,00% a.a., visto que o IPCA já terá sinalizado uma taxa acumulada em 12 meses abaixo de 4,0% em maio.
Externamente, o pacote fiscal nos EUA já foi absorvido pelo mercado. Vale lembrar, no entanto, que haverá o desenrolar da pendência geopolítica entre os EUA e a Coreia do Norte, trazendo maior volatilidade aos mercados.
No curto prazo, tão somente o surgimento de favorável fato novo poderia levantar o mercado interno. Inclusive, neste momento, os indicadores não revelam pujança que indique um firme caminho para a retomada econômica. A queda da taxa básica de juros já está prevista, assim como a desaceleração inflacionária.
A percepção é que os investidores estarão mais sensíveis ao País, com o fluxo de capital estrangeiro tornando-se mais preponderante como o “fiel da balança” na bolsa brasileira, que denota viés de baixa para maio.
Análise Gráfica do Ibovespa.
Em tendência de queda no padrão mensal, o índice configura padrões de reversão baixista em relação ao movimento de alta iniciado em fev/2016, mas ainda com elevada volatilidade, em torno de uma linha de inversão em 65.000 pontos.
No comportamento diário, o Ibovespa pode tanto tocar a resistência em 66.800 pontos quanto o suporte de 62.200 (resistência seguinte em 69.000 e suportes em 61.300 e 60.300). Para o final de 2017, nossa estimativa de preço-alvo para o Ibovespa se mantém em 75.000 pontos.
Performance.
A pequena elevação de 0,65% do Ibovespa em abril, que só se consumou no último pregão do mês, evidenciou a indefinição do investidor estrangeiro frente às incertezas domésticas, tendo o capital externo para bolsa registrado saldo próximo à linha d’água no mês, com retirada líquida de R$ 142 milhões até o dia 26.
Os agentes operaram na defensiva, a espera de algum “fato novo” que trouxesse otimismo - conforme havíamos antecipado. Como isto não se efetivou, o Ibovespa oscilou em um intervalo mais estreito, variando basicamente ao redor dos 64 mil pts ao longo do mês.
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL REIS, CNPI-P, e RENATO ODO, CNPI-P, os três do BB Investimentos