Submarino nuclear dos EUA chega à Coreia do Sul Tomahawk
Embora movido por energia nuclear, o USS Michigan está armado com mísseis Tomahawk, arma não nuclear
25/04/2017 11h13 Estados Unidos
Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil
O governo sul-coreano confirmou a agências de notícias em Seul que o USS Michigan, um submarino norte-americano armado com mísseis balísticos, chegou ao mar da Coreia do Sul nesta 3ª feira, 25.04.
A embarcação, movida a energia nuclear, foi enviada ao local pelos Estados Unidos para pressionar o governo da Coreia do Norte a desistir de seu programa de armamento nuclear.
Até agora, nem a Coreia do Sul nem o governo norte-americano confirmaram se o USS Michigan vai se juntar ao porta-aviões e à esquadra japonesa que participam de exercícios conjuntos no Oceano Pacífico, próximo ao Japão.
O submarino foi projetado originalmente para transportar ogivas nucleares, mas, em 2004, foi modificado para carregar armamento de menor porte. Mesmo assim, tem capacidade para lançar até 100 misseis Tomahawk – arma que tem um alcance de quase 2 mil quilômetros.
Exercício
O envio do submarino ocorre no mesmo dia em que o Exército norte-coreano participou de um exercício de artilharia para marcar os 85 anos da sua fundação. A imprensa sul-coreana divulgou que o líder Kim Jong-Um participou da atividade e que artilharia de longo alcance teria sido testada.
Em Seul, altos funcionários dos governos sul-coreano, japonês e norte-americano se reuniram hoje para discutir a tensão bélica na região. Em uma entrevista coletiva, eles disseram que vão trabalhar juntos em três frentes: diplomática, econômica e militar.
A imprensa chinesa, entretanto, repercute críticas internas sobre os exercícios militares conjuntos do Japão e dos EUA na região. O governo chinês já pediu algumas vezes mais diálogo e menos “artilharia”.
Internamente, o governo norte-americano se articula junto ao Congresso para discutir um eventual ataque real à Coreia do Norte. Para amanhã (26) está prevista uma reunião na Casa Branca, entre o presidente Donald Trump, o secretário de Estado, Rex Tillerson, e uma comitiva de 100 senadores.
Eles receberam um resumo do cenário na região e da frente de ação norte-americana e seus aliados. Se a Casa Branca decidir por um ataque, Trump precisará da aprovação do Congresso.
Provocação
Na Coreia Norte, o governo recebeu como provocação a notícia de uma reunião extraordinária das Nações Unidas para discutir novas sanções ao país. Previsto para 6ª feira, 28.04, o encontro será presidido por Rex Tillerson.
Em um comunicado divulgado pela TV estatal, o governo norte-coreano disse que os “EUA já alçaram a espada contra o país” e que “a Coreia do Norte também vai puxar a espada e lutar até o fim”, contra o que chamou de “imperialismo”.