Diário do Mercado na 5ª feira, 23.03.2017
Ibovespa fecha de “lado”, com apetite para risco reduzido na véspera da prova de fogo para o governo Trump
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
Resumo do dia.
Nesta 5ª feira, as expectativas quanto ao primeiro teste da força do novo presidente dos EUA mantiveram os investidores na defensiva.
Ao final da tarde, no entanto, a reunião do partido republicano na Câmara dos Representantes norte-americana que deliberaria acerca de um sistema de saúde nacional em substituição ao anterior Obamacare e serviria para balizar a extensão do apoio ao governo Trump foi adiada.
Internamente, o panorama político segue sendo o norteador do econômico, com os agentes ponderando questões envolvendo o trâmite da proposta da reforma da previdência em meio à aprovação, com divisão entre os congressistas, do projeto da terceirização na véspera.
Mercado de Ações.
Apesar da abertura negativa, a tendência foi invertida após a abertura dos negócios nos Estados Unidos. Mesmo assim, com as ansiedades em relação ao imbróglio da votação nos EUA, o ímpeto teve fôlego curto.
A Petrobras e a Vale tiveram desempenhos mistos, enquanto os papéis do setor de bancos fecharam divergentes.
Ao final dos negócios, o Ibovespa findou aos 63.530 pontos (+0,01%), acumulando -1,06% na semana, -4,70% no mês, +5,49% no ano e +27,85% em 12 meses. O volume transacionado na bolsa somou preliminarmente R$ 8,61 bilhões, sendo R$ 8,48 bilhões no mercado à vista.
O capital externo prosseguiu denotando evasão da bolsa em março - até o último dia 21, apurou saldo negativo de R$ 3,04 bilhões, mas, ainda acumulando ingresso líquido de R$ 3,85 bilhões em 2017.
Agenda Econômica.
Desidratada na data (e na semana), a agenda reservou de destaque tão somente, internamente, a inflação semanal medida pelo IPC-S (FGV). Na terceira quadrissemana de março, este Índice de Preços ao Consumidor elevou-se para 0,39%, acima da leitura anterior (0,35%) e também ligeiramente maior do que as estimativas do mercado (consenso: 0,38%).
Dos oito grupos pesquisados, houve aceleração nos preços dos alimentos, habitação, despesas diversas e cuidados pessoais. Na mão oposta, contiveram-se os preços de transportes, comunicação, vestuário e educação/leitura/recreação.
Juros.
Os juros operaram majoritariamente com viés de alta na sessão, respondendo tanto pela elevação das incertezas no âmbito fiscal doméstico como com avanço do dólar e do rendimento dos US Treasuries, bem como, dos leilões de títulos pré-fixados.
Dólar
O clima dos negócios no estrangeiro pesou especialmente sobre o dólar, que valorizou-se ante a maioria das moedas mundiais e também contra o real. Internamente, também influenciou negativamente a percepção de um pontual viés de menor fluxo estrangeiro ao País hoje.
No interbancário, o dólar fechou cotado a R$ 3,1350 (+1,33%), acumulando agora +1,19% na semana, +0,84% no mês, -3,60% no ano e -14,79% em 12 meses.
Risco Brsil
O CDS brasileiro de 5 anos, no horário apurado, oscilava em torno dos 243 pts, ante os 239 pontos da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira 23.03.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos