Temer diz que não permitirá que acusações paralisem o Brasil
O presidente Michel Temer disse nesta 3ª feira, 13.12, que as acusações de corrupção envolvendo políticos não podem paralisar o Brasil e afirmou que, contra essa tendência, o governo seguirá trabalhando "com os mesmos critérios" até o fim do seu mandato para combater a recessão e promover o crescimento econômico.
Em um discurso no qual comemorou a aprovação da proposta que estabelece um teto para os gastos públicos, Temer comentou o pedido feito ontem ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que acelerasse a coleta dos depoimentos e homologasse eventuais delações de executivos da construtora Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
Admitindo haver conflitos no país e mencionando o requerimento enviado a Janot, Temer disse que as acusações não podem paralisar o país. Ele disse que em contrapartida a essas notícias, o governo vai anunciar novas medidas econômicas, além de já ter enviado propostas de ajuste fiscal ao Congresso.
"Há conflitos, há problemas no país? Há. Não podemos mantê-los indefinidamente. Não foi sem razão que ainda ontem pedi que as coisas todas muitas vezes acusatórias venham logo à luz. Vindo logo, quem for acusado poderá defender-se, explicar-se, que seja. Esta é a primeira fase da chamada acusação. A acusação é um longo processo, onde há defesa, isso e aquilo. Então não podemos deixar que isso paralise o país, e não permitiremos que isso aconteça. Pode acontecer, pode vir a notícia que vier, o país não ficará paralisado",
afirmou.
Na 2ª feira, 12.12, Temer criticara o vazamento de delações premiadas e solicitou que as investigações sejam concluídas "o quanto antes" para que o país supere o clima atual, classificado por ele de "desconfiança geradora de incerteza".
Temer disse que "talvez" já nesta 5ª feira, 15.12, lance "várias medidas" que estão sendo preparadas neste fim de ano "que visem a dinamização da nossa economia". Como exemplo, ele citou iniciativas lançadas hoje como a injeção de R$ 3 bilhões em recursos para a modernização de parte da frota de ônibus coletivos e o acréscimo de R$ 5 bilhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas.
Ao citar a reforma da Previdência, enviada ao Congresso Nacional na semana passada, ele disse que o governo será "obediente" ao que o parlamento deliberar, pois lá é o "palco para esta discussão".
Em um discurso que citou várias vezes a palavra coragem, o presidente disse que o governo tem enfrentado adversidades mas, no futuro, conseguirá o objetivo de promover o crescimento.
"A esta altura não nos descuidamos da economia [...]. Quando eu digo que o país não ficará paralisado, contra o argumento eu apresento um fato, [e os fatos são] propostas apresentadas ao Congresso e os valores sendo disponibilizados para crescimento do país. Nós vamos prosseguir com os mesmos critérios em todos os dias do ano para que daqui a dois anos se possa dizer: O Brasil venceu",
concluiu.