Relatório FOCUS, de 11.04.2016
Destaque para a Queda da Inflação
No relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), destaque para a continuidade do decaimento da inflação esperada (IPCA) para 2016, agora em 7,14%.
Depois, valem ser citados os dados para 2017: o desprendimento para baixo do IPCA (5,95%) do teto da banda superior (6,0%); a redução da taxa Selic para 12,25%; e a parada do enfraquecimento do PIB (+0,3%).
Enfim, passo a passo o mercado vai assimilando que o “fundo do poço” da economia deve ter sido atingido no primeiro trimestre deste ano, induzindo assim a uma progressiva melhoria nas estimativas dos indicadores. Os agentes prosseguiram mais favoráveis em suas expectativas para 2016, incluindo também a redução na queda da produção industrial e a baixa dos preços administrados.
Esta melhor percepção passou a englobar também o ano de 2017, com a inflação e a taxa de juros regredindo e o PIB interrompendo seu deslizamento. Vale ressaltar que na visão dos investidores o cenário político tem sido proeminente ao longo deste mês.
- Veja também o Relatório BB BI de Renda Fixa (11.04.2016)
No quadro externo, nos EUA, o mercado considerou que a ata divulgada da última reunião do Fed (em 15 e 16 de março) descartou a possibilidade de aumento da taxa de juros pelo Fomc em sua decisão no próximo dia 27 de abril.
Já nesta semana, estarão em evidência dados da China – inflação, balança comercial, produção industrial, vendas a varejo e, sobretudo, a divulgação do PIB 1T16 no próximo dia 14.
Considerações
Em suma, o retraimento consecutivo da inflação já trouxe positividade para as projeções dos agentes. Apesar de o Banco Central ter sinalizado que não mexerá na taxa Selic em sua reunião no próximo dia 27 de abril e ter elevado sua perspectiva do IPCA para este ano, de 6,2% para 6,6%, já existem previsões que será inferior ao teto determinado, de 6,5%.
Esta tendência declinante na variação de preços poderá levar o Banco Central, inclusive, a baixar a taxa de juros antes do que o mercado está prevendo.
Reiteradamente, a trajetória da taxa de câmbio deverá ser o “divisor de águas” para a modelagem dos analistas sobre a inflação futura estimada. - O PIB para 2016 decaiu pela décima segunda semana, para -3,77% (-3,73% antes), mas, parou em +0,30% para 2017.
- O IPCA recuou a 7,14% (7,28% antes) para 2016, pela quinta semana sucessiva. Já para 2017, após oito semanas inalterado em 6,00% (teto da banda superior estipulada), arrefeceu levemente para 5,95%.
- A taxa de juros Selic se manteve em 13,75% para 2016, contudo, cedeu a 12,25% a.a. (12,50% a.a. antes) para 2017.
- A taxa de câmbio (fim de período) ficou estável em R$4,00 para 2016 e em R$4,10 para 2017.
O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil subiu a 390 pts na sexta-feira (8/abr), com elevação de 26 pts na semana, ante os 364 pts de 1º de abril.
Confira no anexo o relatório de análise do BOLETIM FOCUS, de 11.04.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, do BB INVESTIMENTOS