Salas públicas de cinema são inauguradas na capital paulista
Duas salas públicas de cinema foram inauguradas nesta 4ª feira, 30.03, na capital paulista, no projeto Circuito Spcine, que vai implantar um total de 20 salas por toda a cidade até o final de maio.
As duas primeiras salas foram abertas nos centros educacionais unificados (CEUs) Butantã, na zona oeste, e Meninos, na região do Ipiranga, zona sul da capital paulista. Os ingressos serão gratuitos em ambos.
No CEU Butatã foi exibido o filme Mundo Cão, do diretor Marcos Jorge, com os atores Lázaro Ramos e Babu Santana. O longa, que estreou no dia 17 de março, ainda está em cartaz no circuito comercial brasileiro.
No CEU Meninos, ocorreu a pré-estreia de O Escaravelho do Diabo, filme de Carlo Milani, com Thiago Rosseti, Bruna Cavalieri, Marcos Caruso, baseado no livro clássico da literatura infantojuvenil de Lúcia Machado de Almeida, lançado em 1972 na Série Vaga-Lume. O filme estreia em circuito comercial no dia 14 de abril.
O estudante Igor Araújo, de 13 anos, que estava no CEU Butantã na noite de hoje, disse que nunca foi ao cinema e que gostou de ter uma sala de cinema perto de casa.
“É uma coisa cultural e pública, é para todo mundo. Você pode vir com os amigos e com a família, eu acho legal”,
disse.
Alan Ribeiro, 16, estudante e morador no entorno do Butantã, já frequenta salas de cinema, mas disse que agora conseguirá ir a pé até a sala de cinema no CEU. Ele acredita que a iniciativa vai atrair a comunidade e dar oportunidade de entretenimento.
“É legal, vai atrair bastante gente, bastante moradores e turistas de fora. E vai divulgar o CEU Butantã. Além de tirar muita gente de fazer coisas erradas”.
Nunca foram ao cinema
Um estudo da JLeiva apontou que, em média, 10% dos paulistanos nunca foram a uma sala de cinema. Nas classes econômicas D e E, esse número sobe para 30%.
“A população da periferia tem direito de ver todo tipo de produção. Instalamos equipamentos moderníssimos, então essas salas nascem na fronteira tecnológica atual. É uma data histórica porque são 20 novas salas. Queremos ter o maior número de salas na cidade, porque é uma condição sem a qual o cinema não vai avançar do ponto de vista de explorar novas linguagens e fomentar a imaginação paulistana”,
disse o prefeito Fernando Haddad.
Das 20 salas do projeto, 15 serão em CEUs, sendo cinco na zona leste, cinco na zona sul, quatro na zona norte e um na região oeste. As outras cinco salas ficam em equipamentos culturais como a Galeria Olido, no centro; duas no Centro Cultural São Paulo (CCSP), na rua Vergueiro; uma no Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes; e outra na Biblioteca Roberto Santos, no Ipiranga.
As exibições nos CEUs serão gratuitas e nos equipamentos como centros culturais os ingressos custarão entre R$ 3 a R$ 8, variando entre os locais. A programação do Circuito Spcine, segundo o site do projeto, terá uma diversidade de títulos, “incluindo obras artísticas, nacionais e blockbusters, além de construir um plano de formação de público”.
O prefeito assinou ainda, na noite de hoje, um decreto criando a São Paulo Film Commission, órgão que vai centralizar e agilizar autorizações para produtores de audiovisual, de filmagens na cidade. Segundo a prefeitura, a desburocratização do processo de autorização de filmagens integra uma política de estímulo à produção audiovisual na cidade.
“Nós estamos fechando um ciclo importante hoje com as novas salas de exibição e com a Film Commision, organizadas pela Spcine. As reclamações eram muito frequentes da burocracia que era filmar em São Paulo. As grandes cidades do mundo têm uma comissão para dar suporte para a indústria do audiovisual”,
disse Haddad.
O evento de inauguração da sala de cinema no CEU Butantã teve a presença de Juca Ferreira, ministro da Cultura; Nabil Bonduki, secretário municipal de Cultura; Gabriel Chalita, secretário municipal de Educação; e Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine.