ROMI - Resultados no 4º trimestre/2015
Superando o desafio do rival
Os resultados da Romi no último trimestre de 2015 relatam como a gestão da companhia é comprovadamente qualificada e profissional o suficiente para superar seu principal concorrente atualmente, que é o ambiente desafiador devido à redução de investimentos em capacidade instalada pelas empresas industriais.
A recuperação no quarto trimestre veio melhor que a esperada, dada que nossa expectativa era de uma leve recuperação nas receitas bem como nas margens da companhia. Ainda, vale a pena mencionar a contribuição da Burkhardt + Weber (B+W) considerando a receita de mercados estrangeiros, o que representou uma parte significante na evolução das receitas líquidas da companhia e na melhoria das margens operacionais.
A principal razão para os fatos acima mencionados é a combinação conjunta da taxa de câmbio favorável e altas vendas na Europa, que atualmente representam 30% das vendas da companhia. Também ressaltamos a redução dos níveis de estoque como outro ponto positivo no 4º trimestre2015, assim como a concentração de vendas na unidade alemã da B+W, o que contribuiu para a suave melhoria do capital de giro de qualquer maneira.
Avaliamos positivamente a diminuição na posição de dívida líquida do trimestre que ficou em R$ 72,1 milhões (ex-Finame), -30% A/A. Entretanto, o pequeno EBITDA não foi bom o suficiente para reduzir o nível de endividamento em relação à dívida líquida/EBITDA 12M no período, que terminou praticamente em 2,2x.
Análise de Fluxo de Caixa
Notamos que a melhoria no capital de giro deve-se principalmente a diminuição do Prazo Médio de Estoques, embora parcialmente compensada pela piora do Prazo Médio de Vendas.
Nesse sentido, a receita de caixa proveniente de atividades operacionais manteve-se constante se comparada ao mesmo período do ano anterior. Entretanto, houve uma forte deterioração do fluxo de caixa de atividades de investimento, o que resultou num cash burn de R$ 15,0 milhões no período.
Unidade Máquinas-Ferramenta:
as receitas líquidas alcançaram 143,3 milhões no 4T15, aumentando 1,9% A/A. Foram vendidas 69 unidades durante o trimestre, o que representa uma queda de 82,2% A/A. Esse setor da empresa teve uma margem bruta de 27,5%, -160 bps em relação ao mesmo período do ano anterior.
Unidade de Máquinas para Plásticos:
as vendas líquidas desse segmento ficaram em R$ 29,6 milhões, crescendo 31,0% comparadas ao 4T14. O número total de máquinas vendidas diminuiu 54,8% A/A, alcançando 14 unidades. Esse setor terminou o período com margem bruta de 18,4%, -108 bps em relação com o último trimestre de 2014.
Unidade de Fundidos e Usinados
Essa unidade atingiu receitas líquidas de R$ 39,5 milhões, +54,6% A/A. O volume vendido no 4T15 foi de 4.109 toneladas, um crescimento de 21,7% A/A. De acordo com a companhia, o bom desempenho nesse segmento foi devido à retomada do segmento de energia eólica, embora os segmentos automotivo e comercial (caminhões) e a agricultura ainda tenham experimentado redução de demanda por peças fundidas e usinadas.
Perspectiva para as unidades.
Sem alterações profundas. Acreditamos que a tarefa da Romi nos próximos meses continuará árdua, dada a falta de vontade dos empresários em investir em capacidade, o que pode afetar principalmente a unidade de MáquinasFerramenta.
Entendemos que a companhia tem a missão de manter os custos e as despesas sob controle e, sempre que possível, procurar novas eficiências para mitigar a queda da receita bem como a redução de rentabilidade.
Dadas todas as complexidades que a empresa tem que enfrentar, acreditamos que a sua equipe de gestão tem as habilidades necessárias para continuar a liderar a empresa, um fato já comprovado no passado, quando outros tempos turbulentos foram superados.
Apesar da alta em relação ao nosso target-price, mantivemos nossa recomendação de Market Perform, porque consideramos o alto risco de forte volatilidade nas ações da companhia nos próximos períodos.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise dos resultados obtidos pela ROMI no 4º trimestre/2015, elaborado por MARIO BMário BERNARDES JUNIOR, CNPI Analista Chefe, e KAMILA SANTOS OLIVEIRA, analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS