Comportamento do Mercado Financeiro em 15 de Outubro
O Ibovespa oscilou em alta até pouco depois do meio dia. Em seguida, decaiu e entrou em campo negativo, como os agentes digerindo a notícia e informações do rebaixamento da nota soberana do País pela agência Fitch.
Enfim, passada às 15h, o índice brasileiro se recuperou positivamente, com o mercado entendendo que a revisão da classificação para baixo já era considerada e com o avanço do índice Dow Jones em Wall Street. Os papéis da Petrobras e da Vale, carros-chefes do mercado de opções sobre ações, reverteram para alta e corroboraram com o movimento ascendente final, enquanto o setor de bancos foi penalizado pelo decaimento da nota brasileira
Vale lembrar que na próxima 6ª feira 16.10 é o dia da zeragemde posicionamentos do vencimento de opções, cujo exercício findará na próxima 2ª feira, 19.10.
Fitch, o Rebaixamento
A agência internacional de rating Fitch rebaixou a nota soberana do Brasil para o piso da escala de o “grau de investimento”, cortando-a de BBB para BBB-, mantendo a perspectiva negativa.
A empresa citou, entre outras considerações: o rebaixamento do rating refletiu maior ônus da dívida e os desafios à consolidação fiscal e que a perspectiva negativa (indicando que probabilidade de rebaixamento em até 2 anos supera 50%) foi dada por causa da Petrobras e do ambiente político e econômico - bem como, pode reunir-se novamente a qualquer momento até abril de 2016.
China
Na China, números de novos empréstimos e financiamento agregado vieram acima das expectativas. Também, surgiram rumores que o governo local poderá tomar novas medidas de estímulo. Neste cenário, aliado aos dados de inflação dos EUA, divulgados hoje, incentivam as altas das bolsas de valores.
Ibovespa
O índice doméstico fechou aos 47.161 pts (+0,96%), acumulando -4,41% na semana, +4,67% no mês, -5,69% no ano e -15,99% em 12 meses. Preliminarmente, o giro da Bovespa foi R$6,43 bilhões, excluindo a opa (oferta pública de aquisição) de R$9,33 bilhões da Sousa Cruz (CRUZ3), sendo Rr$5,97 bilhões no mercado à vista e com o Ibovespa em R$9,34 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado acessível, a Bovespa teve entrada de R$128,884 MM em capital externo no último dia 13, somando R$3,151 bilhões em outubro (-R$418,532MM em setembro e -R$3,314Bi em agosto) e acumulando R$20,390 bilhões em 2015.
Câmbio e Juros Futuros
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$3,8000 (-0,47%), acumulando +1,31% na semana, -4,38% no mês, +43,13% no ano e +55,87% em 12 meses.
Nos Juros futuros (DI), as taxas caíram, com a maior parte em baixa superior a 1%, derrubando a curva da estrutura a termo da taxa de juros, seguindo a movimentação do câmbio, como tem sido a tônica recente.
Indicadores
Nos EUA, os pedidos de seguro-desemprego recuaram 7 mil, para 255 mil na semana até 8 de outubro – menor patamar desde novembro de 1973, ante 262 mil da semana anterior. A sua média móvel de quatro semanas recuou para 265.000, em nível similar ao do mês de novembro de 1973 (42 anos atrás). A inflação ao consumidor (CPI) variou -0,2% em setembro (núcleo, que exclui alimentos e energia, em +0,2%), versus -0,1% em agosto – igual ao consenso. Já o CPI (A/A) ficou estável em setembro (núcleo, que exclui alimentos e energia, em +1,9%), contra +0,2%.
Na China, os novos empréstimos atingiram 1,050 trilhão de yuans em setembro, versus 809,6 bilhões de yuans em agosto – consenso em 900,0 bilhões de yuans. Já o financiamento agregado foi de 1,300 trilhão de yuans em setembro, frente a 1,802 bilhão em agosto – consenso em 1,200 bilhão de yuans.
Agenda da semana
No Brasil, IGP-10 Inflação ao atacado e índice de atividade econômica (16);
nos EUA, dados de seguro-desemprego e IPC (15) e produção industrial e índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan (16);
no Japão, produção industrial (15); e
na China, novos empréstimos yuan (CNY) e financiamento agregado yuan (CNY) (15)
Confira no anexo a íntegra do Relatório de Mercado, em 15.10.2015, elaborado por NATANIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVES,
analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS