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Economia e Finanças

07 de Outubro de 2015 as 18:10:02



ANP diz que preço do petróleo influenciou resultado de leilão


ANP diz que preço do petróleo influenciou resultado de leilão
 
A diretora-geral da ANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Magda Chambriard, disse nesta 4ª feira 07.10 que as expectativas para a 13ª rodada de licitações eram modestas, e não as mesmas da rodada anterior. 
 
Segundo a ANP, 14% dos blocos oferecidos foram arrematados, resultado que, para a agência, teve influência do preço do barril de petróleo, que nos últimos meses está próximo de US$ 50.
 
Dos 266 blocos ofertados pela ANP, 37 foram arrematados pelas empresas inscritas, correspondente a 14%. Com o resultado, obteve-se cerca de R$ 340 milhões em investimentos e R$ 121 milhões em bônus de assinatura (valor pago pelas empresas na assinatura do contrato). A maior parte dos blocos ofertados fica na Bacia do Recôncavo, na Bahia (82 disponíveis e 18 foram arrematados).
 
"Temos a convicção muito grande de que o atual nível do preço do petróleo impacta decisivamente",
 
disse a diretora da ANP. De acordo com Magda, o resultado fiscal das empresas é impactado pelo preço mais baixo da commodity, o que faz com que fiquem mais conservadoras em relação aos investimentos. Commodities são produtos primários com cotação internacional.
 
Magda Chambriard considerou ainda a possibilidade de grandes empresas terem ficado fora do leilão por causa da ausência da Petrobras, que não fez oferta no leilão.
 
"A Petrobras é, e tem sido, a grande locomotiva da exploração e produção do petróleo no país. Em todas as rodadas, se a gente olha para trás, as empresas estrangeiras querem e pleiteiam a parceria com a Petrobras, de forma que essa pode ter sido, sim, uma das razões para as grandes petroleiras não terem entrado",
 
afirmou.
 
"Mas isso temos que perguntar para elas",
 
acrescentou.
 
Sobre questionamentos das empresas a respeito de questões regulatórias, a diretora-geral da ANP disse que é preciso analisar, mas ressaltou que algumas questões apareceram muito recentemente e não foram apresentadas quando era possível fazê-lo em consultas públicas.
 
Ela destacou que, no leilão, o protagonismo foi de empresas brasileiras – foram 11 vencedoras nacionais e seis estrangeiras. Outro fato citado por Magda foi a procura pela Bacia de Parnaíba, onde 11 blocos foram arrematados e o bônus de assinatura somou quase R$ 15 milhões. 
 
"Começa a surgir a Bacia de Parnaíba como a principal nova fronteira terrestre, reforçando a ideia da busca por gás natural não associado em terra. Considerei esse resultado extremamente vantajoso",
 
afirmou. Magda considerou positiva também a participação de pequenas e médias empresas.
 
Os 266 blocos ofertados estão em 10 bacias sedimentares, espalhadas por quatro regiões do país. Quatro delas são em terra (as bacias Amazonas, Parnaíba, Potiguar e Recôncavo. As ofertas no mar estão nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, com as bacias Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Camamu Almada (BA), Espírito Santo, Campos (Rio de Janeiro e Espírito Santo) e Pelotas (RS). 
 
Petroleiros
 
O presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) e prefeito de Macaé (RJ), Aluizio dos Santos, considerou o resultado "frustrante" e "previsível" por causa de "um protagonismo excessivo" da Petrobras.
 
"Quando a indústria se recusa a participar na Bacia de Campos, que ainda é protagonista, no Espírito Santo e em Potiguar, é porque há uma desmobilização pelo menos na intenção da indústria de voltar a se aquecer no País".
 
Para ele, o valor do barril de petróleo não influenciou.
 
Para o secretário executivo do IBP Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, que representa as empresas do setor, Antonio Guimarães, o leilão "poderia ter sido melhor" e que a expectativa em relação a ele "era muito maior". "Sem dúvida nenhuma, não precisamos dizer todos nós tínhamos uma expectativa muito maior com relação ao leilão", disse, acrescentando que o desempenho foi impactado pelo preço do barril de petróleo e a ausência de ofertas da Petrobras.
 
Guimarães considerou positiva anúncio da ANP de que os leilões terão regularidade de ao menos dois anos.
 
"Isso já é muito bom, mas do ponto de vista da indústria, gostaríamos de ter um calendário anual. Isso sim é uma sinalização de que temos uma política de longo prazo",
 
disse.
 
O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) protestou contra a realização do leilão e pediu, com faixas e carros de som, que a produção de petróleo no Brasil seja exclusivamente estatal. O coordenador Emanuel Cancella discursou na abertura do leilão, antes de serem iniciadas as ofertas, e criticou a concessão das áreas para empresas privadas.
 
“É um absurdo que o Brasil faça o leilão do ouro negro, que são fontes esgotáveis e que não se renovam”.
 
 
Fraturamento Hidráulico
 
Também houve manifestações de representantes de povos indígenas, trazidas pelo movimento Não Fracking Brasil. Representantes de etnias indígenas protestaram contra o uso do fraturamento hidráulico (fracking) no Brasil, uma técnica de extração de gás em terra. Os manifestantes consideram a técnica uma ameaça aos aquíferos, às aldeias e aos pequenos agricultores.


Fonte: Agência Brasil





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