Projeto de Lei ainda segue para o Senado,
mas Eduardo Cunha pede para Dilma Rousseff vetar
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na 5ª feira 25.06 que a emenda que estendeu os reajustes do salario mínimo a aposentados e pensionistas, aprovada na noite de 4ª feira 24.06, foi "um ato contra o trabalhador”.
Cunha destacou que o governo deve vetar integralmente o texto, pois a mudança foi feita no texto principal da MP Medida Provisória 672/15 que estabelece regras de reajuste do salário mínimo para o período de 2016 a 2019. A matéria havia sido encaminhada pelo governo e ainda precisa da apreciação no Senado.
“Acho que o governo deve esquecer essa medida provisória. Não deve nem concluir essa votação. O governo não vai poder sequer vetar individualmente o que foi aprovado ontem. E eu não creio que o Senado vote e [a MP] volte para a Câmara antes de perder a validade”,
avaliou.
Não há consenso sobre a possibilidade de veto. Assessores da liderança do governo afirmam que a presidenta pode vetar apenas o ponto sem prejudicar o texto integralmente.
Para o parlamentar, as chances de o trabalhador ter uma política de reajuste foram adiadas com a alteração aprovada pelos deputados.
“Essa medida de ontem foi uma medida que passou dos seus limites. A aprovação de ontem realmente causa prejuízo ao país. Foi feita de forma equivocada. Não se trata de proteger os aposentados, se trata de você dar uma correção salarial a todos os aposentados, com recurso público, que nem os funcionários da ativa tem direito.”
Cunha disse que o resultado da votação foi um erro, resultado de jogo político.
“Os sinais que nós vamos dar para o mercado é de um descontrole da política fiscal de tal maneira que não haverá medidas ou nem quem possa resolver porque para gastar mais R$ 9 bilhões, só no ano que vem.”
Sobre a votação do PL Projeto de Lei 863/15 da desoneração, o deputado disse que é natural o debate acalorado em torno do texto, mesmo com os acordos fechados entre os parlamentares.
Segundo ele, a votação da matéria deve ser concluída ainda hoje. Restam quase 20 emendas que foram apresentadas ao texto defendido pelo governo como uma das estratégias para o ajuste fiscal.