Republicanos acham proposta de Obama insuficiente para extinguir milícia e Estado Islâmico
O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou na 4ª feira, 10.09, que seu governo comandará ataques aéreos seletivos contra a milícia mulçumana extremista, autodenominada Estado Islâmico, que atua dentro dos territórios da Síria e do Iraque. Em seu pronunciamento, Obama afirmou que irá atacar o grupo e persegui-lo "onde quer que seja".
"Esta campanha de luta contra o terrorismo será feita em um esforço constante e implacável, utilizando nosso poder aéreo e nosso apoio das forças terrestres de nossos aliados",
disse Obama. Ele reafirmou o que a Casa Branca já havia antecipado sobre a decisão de não enviar tropas terrestres, como em intervenções militares anteriores, da forma como aconteceu contra a Al Qaeda.
Somente conselheiros militares para treinar exército do Iraque
Obama disse que, desta vez, enviará somente cerca de 475 conselheiros militares para o Iraque e que eles não irão combater, mas sim prestar assistência, treinamento e monitoramento ao Exército iraquiano.
"Não vamos envolver tropas de combate americanas na luta em solo estrangeiro",
frisou. O presidente destacou que a estratégia não representa uma "nova guerra no Iraque, três anos depois da retirada de tropas combatentes do território iraquiano”. A operação aérea deverá ser semelhante à iniciada há um mês no Norte do Iraque, região com forte presença da milícia.
O presidente americano não revelou detalhes sobre a coalizão que pretende formar para "erradicar" o Estado Islâmico, chamado comumente por ele de "câncer".
"Embora leve tempo, vamos deteriorar o Estado Islâmico até a última instância a fim de destrui-lo, utilizando uma estratégia global e integral",
afirmou. Com relação ao apoio do Congresso americano, o presidente disse que já tem apoio de Republicanos e Democratas.
"Tenho autoridade para enfrentar o Estado Islâmico e agradeço o apoio bipartidário para esta ofensiva",
acrescentou.
A Câmara vai pensar no assunto sem pressa
Por outro lado, a Câmara dos Deputados norte-americana pediu nesta 5ª feira, 11.09, tempo para avaliar a proposta apresentada pelo presidente Barack Obama para treinar os rebeldes moderados sírios para combater a milícia extremista mulçumana autodenominada Estado Islâmico.
Em conversas com jornalistas na Câmara, alguns deputados disseram que não há um consenso sobre a importância de que a proposta seja analisada em caráter de urgência, como Obama havia solicitado. A Câmara deverá analisar o tema durante uma semana.
O governo dos EUA anunciou que não enviará tropas militares para combater em território estrangeiro, limitando-se à ação aérea na região. Entretanto, a parte "terrestre" deverá ser executada pelo exército iraquiano, no Norte do Iraque, e poderia ser executada, conforme a estratégia anunciada por Obama - pelos moderados na Síria, caso o Congresso americano aprove a ideia.
“É possível que venhamos a precisar de uma semana extra”,
disse a deputada Marsha Blackburn aos jornalistas.
Republicanos acham proposta insuficiente para extinguir milícia
Entretanto, Obama deverá encontrar resistência entre os republicanos. O porta-voz da Câmara dos Deputados, John Boehner, disse que, para a maioria dos representantes ligados ao partido, a proposta do presidente é insuficiente para cumprir o propósito contra a milícia.
“Se o objetivo é eliminar o Estado Islâmico, ainda temos dúvidas sobre o plano. Não sabemos se é suficiente para que a missão seja cumprida”,
disse Boehner.