GRUPO MATEUS - Resultado 2º Trimestre/2022
Margens Estáveis mesmo com Forte Plano de Expansão em curso; POSITIVO
Por Georgia Jorge, CNPI
12.08.2022
O Grupo Mateus apresentou resultados positivos no 2T22, em nossa opinião. Apesar das nossa expectativa de que as margens de curto prazo fossem prejudicadas pelo forte plano de expansão ora em curso na nova regional Nordeste, bem como pela alta pressão inflacionária sobre os alimentos, o Grupo foi capaz de manter as margens estáveis e apresentar um forte crescimento de vendas nas lojas de varejo, atacarejo e nas vendas de atacado. Tudo isso ainda “coroado” com um fluxo de caixa livre positivo no trimestre.
Desempenho das Ações.
Os papéis GMAT3 acumulam alta de ~26% nos últimos 30 dias, desempenho bem superior ao de seus pares do segmento de supermercados, dada a perspectiva de bons resultados do 2T22 pelos investidores, o que se confirmou. Ao nosso ver, o Grupo Mateus mostrou sua capacidade de seguir crescendo de forma rápida sem deixar correr a rentabilidade no curto prazo.
Diante dessa boa perspectiva, alteramos nossa recomendação para Compra, enquanto mantemos o preço-alvo para o final de 2022 em R$ 5,70, até incorporarmos os bons resultados do 2T22.
Desempenho econômico-financeiro
A receita líquida somou R$ 5,2 bilhões, 39,7% superior na comparação anual e em linha com as nossas estimativas (+4,7% r/e), favorecida pelo crescimento de 16,7% das vendas em mesmas lojas e pela abertura de 40 lojas nos últimos 12 meses.
O lucro bruto, por sua vez, veio em R$ 1,2 bilhão, com queda de 0,6 p.p. a/a na margem bruta (-0,1 p.p. r/e), como resultado
(i) do impacto inflacionário;
(ii) maior participação das vendas de atacado no consolidado e
(iii) maior quantidade de lojas ainda em maturação.
A despeito da queda de margem bruta, a margem EBITDA manteve-se estável na comparação anual (+0,1 p.p. a/a), atingindo 6,9% no trimestre, uma surpresa positiva para nossas estimativas (+1,0 p.p. r/e), que contemplavam maior pressão em despesas em função dos investimentos que vêm sendo realizados na nova regional.
Outra surpresa positiva veio do lucro líquido reportado, que atingiu R$ 264 milhões e cuja margem ficou estável na comparação anual (+0,7 p.p. r/e), mesmo em um contexto de maiores taxas de juros. A respeito do endividamento, pontuamos que o Grupo segue com uma posição de alavancagem financeira bastante confortável, composta por uma dívida líquida de R$ 173 milhões ou 0,1x o EBITDA Ajustado dos últimos 12 meses.
Por fim, os investimentos totalizaram R$ 229 milhões, ou 4,4% da receita líquida do período, ante 7,7% no 2T21, distribuídos entre novas lojas e terrenos (~62%), infraestrutura e TI (~30%) e reformas e manutenção de loja (~8%).
CONFIRA no anexo a íntegra do relatório preparado a respeito por
GEORGIA JORGE, CNPI, analista senior do BB INVESTIMENTOS