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Investimentos

Segunda-Feira, Dia 08 de Agosto de 2022 as 13:28:37



GERDAU Resultado no 2º Trimestre/2022 e Revisão de Preço:Números Fortes, Perspectivas Favoráveis


GERDAU
Resultado no 2º Trimestre/2022 e Revisão de Preço
Números Fortes e Perspectivas Favoráveis; Novo Preço-Alvo 2023e
 
Por Mary Silva,CNPI
03.08.2022
 
A Gerdau reportou, mais uma vez, números robustos em seu resultado do 2T22 e, de forma geral, acima de nossas estimativas. Apesar da persistência dos desafios para o setor, como inflação de custos, desafios logísticos, incertezas relacionadas ao ritmo de crescimento global, em especial nas regiões de atuação da empresa, houve crescimento de volume de vendas, receita líquida, EBITDA ajustado e lucro líquido na comparação trimestral. A boa performance foi puxada pela continuidade do cenário de demanda aquecida nos setores atendidos pela Gerdau, que sustentou suas vendas e preços médios em patamar elevado, compensando a alta dos custos de produção no período. Como resultado, o lucro líquido avançou 46,2% t/t, para R$ 4,3 bilhões. 
 
A alavancagem financeira continuou reduzindo, com o indicador dívida líquida/EBITDA encerrando o 2T22 no menor patamar já registrado pela companhia, de 0,18x (ante 0,20x no 1T22). Junto com a divulgação do resultado, a empresa anunciou a aprovação de R$ 1,2 bilhão em dividendos sobre o lucro do 2T22, a serem pagos em 25/08 (data ex-dividendos 16/08). O valor corresponde a R$ 0,71/ação e a um yield de 2,7% sobre a cotação média dos últimos 12 meses de GGBR4. A companhia também informou que o programa de recompra de ações iniciado em maio já atingiu 32,3%, com a aquisição de 17,7 milhões de ações (das 55 milhões aprovadas). 
 
Aproveitamos a divulgação do resultado do 2T22 para atualizar nosso modelo financeiro e revisar nossas estimativas para os próximos anos para a companhia. Apresentamos o novo preço-alvo 2023e para GGBR4 de R$ 34,00 e mantemos a recomendação de Compra.
 
Destaques por Operação de Negócios (ON)
 
A ON Brasil apresentou crescimento de 10,5% no volume de vendas em relação ao 1T22, com avanço em todos os segmentos, e destaque para as exportações (+14,5% t/t), que tiveram como principal destino os países da América do Sul. O mercado interno seguiu com demanda firme, sustentada pelos setores da construção e indústria, em especial nos segmentos de máquinas e equipamentos, agrícolas e energia, possibilitando um incremento de 9,3% t/t nos volumes.
 
A receita líquida teve incremento de 19,5% t/t, refletindo também preços médios superiores, e praticamente compensou a elevação de 20,1% nos custos de produção – sucata, ferro-gusa e carvão. Assim, o EBITDA ajustado atingiu R$ 2,3 bilhões (+17,3% t/t) e a margem EBITDA ajustada se manteve estável em 23,9%. 
 
A ON América do Norte seguiu operando no limite da capacidade instalada, e registrou crescimento de 2,4% t/t no volume de vendas e de 4,3% t/t na receita líquida, refletindo a continuidade da elevada demanda do setor de construção civil não-residencial. Os custos de produção tiveram avanço similar (4,5% t/t), diante da nova elevação dos preços de sucata, resultando em um EBITDA de R$ 2,8 bilhões (+4,6% t/t) e mantendo a margem EBITDA ajustada no patamar recorde alcançado no trimestre anterior (33,1%). 
 
A ON Aços Especiais teve crescimento de volume de vendas e receita líquida na comparação trimestral (4,0% e 13,6%, respectivamente), puxados, mais uma vez, pelo segmento de veículos pesados no Brasil, e do setor de óleo e gás nos Estados Unidos. O EBITDA ajustado foi de R$ 928 milhões (+34,1% t/t) e a margem EBITDA continuou se recuperando, com ganho de 3,9 p.p. t/t, para 25,4%, refletindo o aumento de preços médios de venda, que superou a elevação dos custos de produção.
 
Já a ON América do Sul apresentou queda de 12% no volume de vendas em relação ao fraco patamar do 1T22, segundo a empresa, em função da queda nas vendas no Peru. Por outro lado, a demanda firme pelo setor de construção civil, principalmente na Argentina, sustentou preços médios significativamente mais altos, o que possibilitou um crescimento de 8% t/t na receita líquida e de 53,2% t/t no EBITDA ajustado, para R$ 740 milhões (margem EBITDA ajustada recorde de 39,1%, +11,5 p.p. t/t)
 
No consolidado, a empresa teve crescimento de 13,0% t/t na receita líquida, para cerca de R$ 23 bilhões, e de 14,6% no EBITDA ajustado, para R$ 6,7 bilhões. A rentabilidade operacional se manteve elevada, com margem EBITDA ajustada de 29,1%, que combinada com a melhora do resultado financeiro decorrente da variação cambial e resultado positivo de hedge, resultou em um avanço de 46,2% t/t no lucro líquido, que atingiu R$ 4,3 bilhões.
 
A dívida líquida encerrou o 2T22 com recuo de 9,4% em relação ao 1T22, em R$ 4,7 bilhões, refletindo ambos a redução na posição de dívida bruta e a elevação do caixa – este segue robusto, em R$ 7,7 bilhões. A alavancagem financeira atingiu o menor patamar histórico, em 0,18x dívida líquida/EBITDA. Vale ressaltar que, no período, houve desembolso de R$ 959 milhões para investimentos (+62% t/t), incremento de R$ 776 milhões em capital de giro e R$ 870 milhões em dividendos. 
 
Junto com a divulgação do resultado, a empresa anunciou a aprovação de R$ 1,2 bilhão em dividendos sobre o lucro do 2T22, a serem pagos em 25/08 (data exdividendos 16/08). O valor corresponde a R$ 0,71/ação e a um yield de 2,7% sobre a cotação média dos últimos 12 meses de GGBR4. A companhia também informou que o programa de recompra de ações iniciado em maio já atingiu 32,3%, com a aquisição de 17,7 milhões de ações (das 55 milhões aprovadas). 
 
Perspectivas
 
Segundo a companhia, as perspectivas seguem favoráveis para o 2S22, principalmente na ON América do Norte, onde a empresa espera manter o forte ritmo de vendas para os setores de construção e distribuição, mesmo considerando o cenário de elevação de juros nos EUA e a inflação elevada. Vale ressaltar que o consumo de aço norte-americano tende a se sustentar à frente, com o avanço das obras do pacote de infraestrutura a partir do 4T22, que deverão utilizar prioritariamente aço produzido no país – o que poderá compensar um potencial arrefecimento usualmente apresentado em cenários de alta de juros e retração da economia. 
 
Já no Brasil, a empresa segue otimista com os sinais de que a demanda deve continuar aquecida pelo setor de construção civil, energia e óleo e gás, bem como diante da competitividade das exportações. 
 
Por outro lado, os desafios devem continuar – dificuldades logísticas, impactos da guerra na Ucrânia, falta de semicondutores, custos elevados, escassez de mão de obra na América do Norte – e devem ser monitorados, assim como a evolução dos preços de aço, que continuam arrefecendo neste início do semestre.
 
Desempenho das ações
 
Apesar do fraco desempenho do setor de siderurgia na bolsa brasileira, os papéis da Gerdau continuaram, de maneira geral, se mostrando os mais resilientes do segmento. Ainda assim, as ações GGBR4 acumulam queda de 8,0% em 20221 (os pares domésticos recuam mais de 40% no ano), enquanto o Ibovespa se desvaloriza 1,4% no período. 
 
Acreditamos que, a despeito das preocupações com o crescimento econômico global mais fraco – que pode levar à queda da demanda de aço – e do cenário de custos elevados, essa performance reflete a expectativa do mercado de bons números no resultado do 2T22 da empresa, que se confirmou. Em nossa opinião, a empresa está preparada para continuar apresentando resultados robustos nos próximos trimestres, sustentados pela elevada rentabilidade operacional, a boa gestão financeira e o balanço fortalecido. No entanto, ressalvamos que os papéis deverão continuar com elevada volatilidade, refletindo as incertezas com relação ao setor no curto prazo. 
 
Após a revisão de nosso modelo financeiro, conforme apresentado nas próximas páginas, incorporando os últimos resultados e revisão das premissas, observamos que as ações da Gerdau estão sendo negociadas com 52% de desconto sobre o múltiplo histórico, o que reforça nossa expectativa de espaço para valorização no papel até nosso novo preço-alvo 2023e para GGBR4, de R$ 34,00, motivo pelo qual mantemos a recomendação de Compra.
 
Revisão de Preço
 
> Tese de investimento. Nossa tese de investimento para a Gerdau considera: 
 
(i)  demanda por aço estável no curto prazo nos mercados de atuação da empresa, mesmo diante dos desafios de crescimento presentes, e balanço entre oferta e demanda global equilibrado no longo prazo; 
(ii)  preços de aço estáveis no curto prazo, em patamares que proporcionam rentabilidade atrativa; 
(iii)  diversificação geográfica das operações, que deverá continuar permitindo a captura de oportunidades em diferentes mercados e redução de riscos; 
(iv)  investimentos e iniciativas da empresa para a perpetuidade dos negócios; e 
(v)   disciplina financeira e redução da alavancagem, que possibilitam investimentos e remuneração aos acionistas, simultaneamente.
 
Riscos.
 
Dentre os principais os riscos que podem afetar nossas projeções, destacamos: 
 
(i)   reversão do ritmo de recuperação da atividade industrial nas regiões de atuação da companhia, com impacto negativo na demanda de aço; 
(ii)  queda abrupta de preços de aço; 
(iii) escassez de matérias primas ou incrementos substanciais de seus custos, incluindo os custos com energia e de carvão; 
(iv)  prolongamento da falta de componentes da cadeia automotiva; e 
(v)   aumento de importações de aço no Brasil.
 
Valuation.
 
Diante dos últimos resultados apresentados pela Gerdau e das novas estimativas para o setor e para a empresa, revisamos nosso modelo financeiro, e apresentamos o novo preço-alvo 2023e para GGBR4 de R$ 34,00, mantendo a recomendação de Compra. 
 
Confita no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado
por Mary Silva,CNPI analista senior do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Mary Silva,CNPI analista senior do BB Investimentos





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