Caio Mário Paes de Andrade, o 5º presidente da Petrobras no governo militar de Bolsonaro
Posse é questionada por petroleiros também acionistas minoritários
3ª feira, 28.06,2022
O ex-secretário especial de Desburocratização do Ministério da Economia Caio Mário Paes de Andrade tomou posse 3ª feira, 28.06 como Conselheiro de Administração e presidente da Petrobras.
O ato interno de posse foi realizado na sede da Companhia, no Rio de Janeiro. Andrade foi aprovado para os dois cargos durante reunião realizada na 2ª feira, 27.06, pelo conselho e se tornou o quinto titular da companhia no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo informou a Petrobras, o mandato como conselheiro se estenderá até a realização da próxima Assembleia Geral de Acionistas, ainda sem data agendada, enquanto o mandato de presidente irá até o dia 13.04.2023.
Paes de Andrade é formado em comunicação social pela Universidade Paulista, possui pós-graduação em administração e gestão pela Harvard University e mestrado em administração de empresas pela Duke University. Segundo a empresa, o novo presidente é “empreendedor com sucessos comprovados em tecnologia de informação, mercado imobiliário e agronegócio”.
Na área social, fundou o Instituto Fazer Acontecer, que atende cerca de 4 mil crianças e adolescentes no semiárido baiano através do esporte. Em 2019, assumiu a presidência do SERPRO Serviço Federal de Processamento de Dados, tornando-se, no ano seguinte, secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, onde coordenou a elaboração da reforma administrativa e da Plataforma Gov.br.
Representação
A ANAPETRO Associação Nacional dos Petroleiros Minoritários da Petrobras entrou com representação na 2ª feira, 27.06, na CVM Comissão de Valores Mobiliários pedindo investigação quanto à legalidade da nomeação de Caio Paes de Andrade como presidente da companhia.
Na avalição do presidente da Anapetro, Mário Dalzot, o novo presidente não tem experiência nem a formação necessária para dirigir a Petrobras. Em entrevista à Agência Brasil, Dalzot disse que "alguém sem a qualificação necessária e sem a experiência necessária, fica mais passível de influências por parte do governo, coisa que a gente não precisa para a Petrobras hoje”.
Na representação, os minoritários apontam "eventuais atos lesivos ao patrimônio da empresa Petrobras e aos interesses de seus acionistas."
“O Sr. Caio de Andrade não pode tomar posse como presidente da Petrobras, por não possuir requisitos legais para tal e, consequentemente, apresentar risco à companhia e a seus acionistas minoritários”.
entendem os petroleiros.
Dalzot mencionou também que não foram cumpridos alguns prazos para a nomeação de Andrade, o que também está incluído no processo administrativo que servirá de base para o processo judicial que a Anapetro pretende dar entrada ainda nesta 3ª feira.
Em nota, a CVM confirmou o recebimento da representação, mas afirmou que não comenta casos específicos.