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Investimentos

15 de Maio de 2022 as 17:05:51



NATURA&CO e Revisão de Preço Meta das Ações em Bolsa


NATURA & Co Day e Revisão de Preço
Georgia Jorge, CNPI
analista senior do BB Investimentos
11.05.2022
 
Revisamos o nosso valuation para o Grupo Natura&Co para incorporar os resultados referentes ao 1T22 e alterar premissas de crescimento diante do cenário da persistência inflacionária, além da postergação do guidance de atingimento de receita consolidada e margem EBITDA Ajustada para 2024.
 
Além disso, trazemos os destaques do Natura&Co Day, ocorrido em Nova York no último dia 09, no qual os principais executivos do Grupo comentaram acerca dos objetivos que cada unidade de negócios está buscando atingir no curto e médio prazo, bem como as iniciativas que vem sendo implementadas nessa direção.
 
Desempenho das Ações e Perspectivas. 
 
Os papéis NTCO3 acumulam queda de 38,1% nos últimos 30 dias, com sua cotação atual próxima do piso dos últimos 12 meses. Ao nosso ver, esse desempenho reflete um cenário de curto prazo mais difícil, com a manutenção do conflito em Rússia e Ucrânia impactando as vendas na Europa, bem como o enfraquecimento do consumo em outras regiões em que o Grupo atua.
 
Apesar do forte potencial de valorização entre o preço corrente e o nosso preço-alvo, entendemos que a captura desse upside está concentrada no 2S22 e dependente de constatação de uma melhora da inflação e ancoragem das expectativas dos investidores, bem como da entrega de indicadores de que o Grupo está conseguindo executar sua estratégia e em direção ao cumprimento do guidance de 2024.
 
Nesse contexto, mantemos nossa recomendação em Neutra, com novo preço-alvo para o final de 2022 em R$ 29,10 (antes R$ 35,80).
 
Natura&Co Day
 
No último dia 09, o Grupo Natura&Co Day sediou seu Investor Day, em Nova York, e trouxe algumas reflexões acerca da execução da estratégia, bem como buscou ajudar os investidores a entender melhor o papel de cada unidade de negócio (Natura, Avon, Aesop e The Body Shop) no portfólio. Abaixo, destacamos algumas dessas informações que consideramos relevantes.
 
Considerações Gerais
 
O atual presidente do Conselho de Administração e Principal Executivo do Grupo, Roberto de Oliveira Marques, declarou que a integração da Avon provou-se mais desafiadora do que originalmente esperado e diversos fatores externos contribuíram para elevar a complexidade da integração, como a pandemia do Covid-19 e o recente conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia. 
 
Apesar dos desafios, o Grupo está confiante no progresso que observou até o momento e convicto de que estão seguindo na direção certa. As sinergias esperadas desde o início do processo vêm se provando corretas, mas não estão contribuindo, no momento, para elevar a alavancagem operacional do Grupo, dado estarem anulando a elevação dos custos e das despesas em decorrência da inflação. 
 
À frente, o Grupo tem como prioridades 
 
(i)    melhor definir o papel e expectativas para cada unidade de negócios; 
(ii)   elevar ainda mais a responsabilidade de cada unidade de negócios com marcos e entregas claras, e 
(iii)  melhorar a alocação de capital e conversão de caixa, mantendo rigorosa disciplina financeira. 
 
Para tanto, contam com a inovação, desenvolvimento do canal digital, compromisso com a pauta ESG e o modelo operacional atual, com cada divisão de negócios responsável pelo seu resultado, como facilitadores-chave.
 
A respeito do item (iii) da agenda, observamos que o Grupo está buscando destravar o fluxo de caixa por meio da otimização das operações e melhor gerenciamento dos estoques, alinhamento dos prazos de pagamento aos fornecedores ao ritmo comercial do negócio e equilíbrio da gestão de recebíveis. Além disso, o Grupo busca aprimorar o indicador de cash tax (impostos efetivamente pagos) através da otimização da estrutura corporativa e sinergias da integração da Avon.
 
Natura&Co Latam
 
O papel da divisão Natura&Co Latam, que abarca todas as marcas do Grupo na 
região, consiste em 
 
(i)    defender e expandir sua posição de liderança no mercado CFT local, 
(ii)   desenvolver o cross-sell e up-sell das marcas Natura e Avon no modelo de venda por relação e 
(iii)   entregar sinergias em custos e receita (entre US$ 350 e US$ 450 milhões), de forma a validar a lógica industrial da transação.
 
No que diz respeito à marca Natura, o foco da divisão reside na expansão da sua estratégia omnicanal, aumento da penetração da marca no México e ampliação da produção local para gerar eficiência. Já a marca Avon vem adotando medidas corretivas para voltar a crescer e já mostra sinais positivos ligados ao incremento de representante e elevação de produtividade. O foco da marca no momento é simplificar sua organização, impulsionando processos e harmonizando o portfólio para atuar de forma integrada por toda a América Latina.
 
Vale mencionar, ainda, que a estratégia da divisão contempla também a amplificação da plataforma de serviços financeiros &Co Pay de forma a abarcar lojas próprias, franquias, novos produtos de crédito e a marca Avon, além do lançamento na Argentina no 2S22.
 
Avon International
 
A divisão Avon International tem como prioridade estratégica estabilizar suas vendas e ampliar as margens. Para tanto, vem trabalhando 
 
(i)    em um modelo operacional mais enxuto, com novas regras de remuneração e padronização do modelo comercial, 
(ii)   na redução da complexidade e do portfólio em todas as geografias e 
(ii)   na aceleração do rejuvenescimento da marca e do social selling.
 
A estabilização da receita é esperada para ocorrer em 2023, com a conclusão da implementação dos novos modelos operacional e comercial e a entrega de margem EBITDA recorrente de dois dígitos baixos a médios em 2024.
 
The Body Shop (TBS)
 
O papel da The Body Shop no Grupo consiste em consolidar a melhora da margem e impulsionar o crescimento da receita através da execução de sua jornada de transformação, ora em curso, cujo foco é o reequilíbrio e otimização dos canais de vendas pós-pandemia e da implementação de um novo posicionamento da marca, do portfólio e do novo conceito de loja.
 
O cenário macroeconômico para a TBS vem se mostrando bastante desafiador, com lenta recuperação das vendas nas lojas e a lucratividade significativamente impactada pelo mix de canais. Visando impulsionar o crescimento, a TBS está trabalhando. 
 
(i)   na aceleração da implementação de lojas no novo conceito (Workshop) e das estações de refil, 
(ii)   no rejuvenescimento do seu portfólio de produtos até 2024, 
(iii)  lançamento de uma nova plataforma At Home (vendas diretas), 
(iv)  aprimoramento do CRM, 
(v)   criação de capacidades digitais nos Máster franqueados e 
(vi) revitalização da operação no Japão, além da abertura de lojas na 
China a partir de 2023.
 
Aesop
 
A Aesop é a divisão com maior crescimento e rentabilidade no Grupo. Sua função 
compõe-se da intensificação dos esforços para o crescimento, mediante 
 
(i)   o estabelecimento de uma forte presença na Ásia, com entrada na China já em 2022; 
(ii)  a expansão de sua presença nos principais mercados através de uma abordagem mais omnicanal e 
(iii)  no destravamento de valor em produtos relacionados a fragrâncias e tratamentos.
 
A respeito da entrada na China, observamos que é esperada a abertura da primeira loja no 2S22, totalizando 36 lojas em 5 cidades hubs até o fim de 2026, além do desenvolvimento de 7 novos canais digitais.
 
No que se refere ao desenvolvimento de fragrâncias, a expectativa é de dobrar a receita proveniente desse produto nos próximos 3 anos. E por fim, quanto ao lançamento de tratamentos, a Aesop terá seu primeiro espaço autônomo aberto em 2022 em Londres e, dentro de 2 anos, 5 locais globais.
 
Revisão de Preço
 
Nossa revisão do valuation do Grupo Natura&Co contempla:
 
(i)   Incorporação dos resultados do 1T22;
(ii)  Revisão de premissas macroeconômicas, com elevação da inflação e taxa de desconto desde a nossa última revisão de preço.
(iii) Redução das premissas de crescimento em todas as divisões do Grupo Natura&Co diante do maior enfraquecimento do consumo global dada a persistência da inflação;
(iv) Postergação em um ano da expectativa de atingimento do guidance de receita consolidada entre R$ 47 e R$ 49 bilhões e margem EBITDA Ajustada entre 15-17%.
 
Tese de Investimento
 
A tese de investimento da Natura&Co baseia-se 
(i)   na diversificação dos canais de vendas, com robusta expertise em cada um deles; 
(ii)   na forte base de consultoras na América Latina, com histórico de aumento de produtividade; 
(iii)  na diversificação geográfica em escala global, permitindo que o Grupo minimize impactos negativos decorrentes de cenários macroeconômicos desafiadores; 
(iv)  na relevante atividade em inovação, focada principalmente em produtos naturais e/ou não testados em animais; e 
(v)  na captura das sinergias em decorrência da aquisição e integração da Avon ao Grupo.
 
Riscos
 
Os riscos relacionados à tese de investimento da Natura&Co são: 
 
(i)   incapacidade de integrar suas plataformas físicas (vendas diretas e lojas) ao comércio eletrônico, perdendo espaço para os concorrentes; 
(ii)  incapacidade de criar produtos inovadores e bem-sucedidos, além de atrair e reter consultores independentes, e 
(iii) incapacidade de integrar as divisões de negócios resultantes de fusões e aquisições.
 
CONFIRA no anexo a integra do relatório a respeito, elaborado por
GEORGIA JORGE, analista senior do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: GEORGIA JORGE, analista senior do BB Investimentos





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