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Editorial

26 de Abril de 2022 as 16:04:32



EDITORIAL - Campos Neto quer Autonomia Ampla do BANCO CENTRAL


L'état c'est moi.
 
EDITORIAL
Na sombra do festejado Avô, Campos Neto quer ainda mais espaço no Estado.
Mas, se é difícil conduzir o BC sem novas regalias à ineficiência, demita-se a diretoria.
 
Com uma desculpa amarela e sem apresentar resultados no combate à inflação, em galope nos últimos 2 anos, descumprindo promessa feita ao Senado Federal, em troca da concessão de autonomia ao BC, Campos Neto, presidente do BC, formulou mais um pedido complementar de autonomia financeira e administrativa ao BC, para esgueirar-se da cobrança de resultados pelos Senadores e Deputados Federais.
 
por Wilson R Correa
3ª feira, 26.04.2022
 
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou nesta 3ª feira que sem uma autonomia ampla, é difícil conduzir o dia-a-dia do BC.
 
Campos Neto discurssou em sessão solene do Congresso Nacional, realizada em homenagem ao economista Roberto Campos, seu avô, em comemoração aos 105 anos de nascimento daquele que, nascido em 17.04.1917, foi senador, deputado federal e ministro do Planejamento, além de embaixador do Brasil em Londres e Washington.
 
Ainda que em teoria adepto ao Liberalismo, doutrina econômica que defende a tese do Estado Mínimo, Roberto Campos, o avô, foi um importante estruturador e modernizador do Estado Brasileiro nos anos 60. Foi responsável pela criação do Banco Central e do BNDES, do qual também foi presidente.
 
No presente momento, seu neto enfrenta, desde 01.04.2022, uma greve de funcionários do BC, categoria de servidores públicos que pleiteia 27% de aumento de salários, além de restruturação da carreira, e que não acolheu a proposta governamental de elevação salarial de apenas 5% para a categoria.
 
Na semana passada, servidores do Banco Central decidiram suspender a greve da categoria e voltaram ao trabalho para aguardo, até 3 de maio, de proposta alternativa do governo àquela de reajuste linear de 5% a todos os servidores públicos.
 
A suspensão da greve permitiu a normalização dos trabalhos rotineiros no BC, tais como a divulgação de estatísticas e relatórios. Contudo, está paralizada a condução dos trabalhos concernentes a assim denominada "modernização do sistema financeiro" e "Agenda BC#", que transformam o Brasil em praça livrecambista internacional, este o mais grave perigo para o Brasil, diante do quadro de guerra e da aguda volatilidade de capitais.
 
A autonomia financeira e administrativa ora pleiteada pelo presidente do Banco Central irá configurar demanda impositiva, pelo BC, de orçamento ao Congresso, em separado do Ministério da Economia, e sua aprovação sumária pelo Congresso Nacional, tal como se dá no caso dos poderes Judiciário e Legislativo Federal.
 
Com regalia semelhante aos três poderes da República, o BC se tornaria o Quarto Poder.
 
A expectativa é de que o funcionalismo do BC venha a configurar-se como  categoria totalmente a parte do funcionalismo do Ministério da Economia, com distintos planos de carreira e configuração salarial, além poder vir a ser favorecida a contratação e demissão facilitadas de funcionários.
 
Além disso, se concedida autonomia financeira e administrativa o BC pelos senadores, a depender da configuração do projeto de lei, a diretoria poderá atribuir-se salários ao próprio alvitre. Parece que os salários do presidente da Petrobras e de sua diretoria despertaram a cobiça da diretoria do BC.
 
Muitos perigos à vista. Mas, qual tem sido a contrapartida oferecida pela diretoria do BC ?  Ela não só deixou de antever o repique inflacionário, como teima em empregar o mesmo mecanismo ineficiente, ineficaz e malandro de combate à inflação: o reajuste ascendente da taxa de juros básica da economia, a Selic, cujo único efeito tem sido favorecer a classe rentista e os bancos, no mais perverso e deliberado processo de concentração de renda do País.
 
A direção do BC não faz uso do depósito compulsório como mecanismo por excelência para controlar a oferta de moeda, alternativamente á emissão de títulos da dívida pública. Apesar de ser de desagrado dos bancos, é instrumento extremamente favorável ao Estado, porquanto não gera endividamento público nem despesas com juros. Mas, como acreditar que ex-diretores de grandes bancos privados, ocupantes de cargos na diretoria do BC, ousariam desrespeitar os interesses daqueles que os indicaram para cargos no BC?
 
O fato é que bastou a lei de concessão de autonomia ao BC ser sancionada, em 24.02.2021, para a diretoria do BC perder o medo de demissão e sentir-se a vontade para disparar a Selic. Assim a taxa básica de juros, que em 2021 partiu de 2,0% e foi para 2,75%, em 18.03; para 3,5%, em 05.05; para 4,25%, em 16.06; para 5,25%, em 04.08; para 6,25%, em 22.09; para 7,75%, em 27.10; para 9,25%, em 08.12. E, em 2022, para 10,75%, em 02.02; e para 11,75%, em 16.03.
 
Recentemente o presidente do BC alertou que o novo aumento da Selic -- provavelmente em reunião do Copom em 03 e 04.05.2022 -- deverá ser ainda superior aos índices de aumento anteriores, que estiveram nos patamares de 2,0 pontos percentuais, 1,5 e 1,0 nas três últimas reuniões. Assim, é possível que o BC eleve a Selic para algo entre 13% e 14% na próxkma semana.
 
Essa coisa fica cara ao País, pois a Selic indexa títulos da dívida emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo próprio BC. E fica vergonhosa para a diretoria do BC, quando o público toma conhecimento de que cada 1,0 ponto perceutual de aumento na Selic custa ao Tesouro Nacional R$ 50 Bilhões ao ano, desviados para alimentar a farra da dívida que tem nutrido os lucros fantásticos dos bancos no Brasil, os maiores do planeta.
 
Desse modo, diante de tantos erros na gestão da política monetária que comprometem o Tesouro Nacional, se está parecendo difícil conduzir o BC sem ainda mais regalias, benefícios e graus de liberdade com dinheiro do Estado Brasileiro, demita-se o presidente e a diretoria do BC, que não têm se demonstrado capazes de diagnosticar a origem do repique inflacionário, bem como de configurar cenários e planos de ação para o combate.
 
Que retornem às diretorias dos bancos privados de onde sairam e se abra espaço aos economistas do estado brasileiro que atuarão no interesse da Nação Brasileira.


Fonte: da REDAÇÃO. Imagem da Redação.





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