Índice de Reabertura da Economia em 06.10.2020
Henrique Tomaz, CFA,
e Richardi Ferreira,
do BB Investimentos
Reabertura Econômica
O nosso Índice de Reabertura da Economia (IRE) recupera queda ocorrida na semana passada e se aproxima do pico de 14 de setembro. O nível de reabertura da economia encontra-se 9,5% abaixo da normalidade.
Os dados mais recentes sugerem que a economia opera, atualmente, com 90,5% do nível pré-pandemia. O que representa uma elevação de 2,5 pontos em relação à semana anterior. Varejo e demanda por energia puxam alta
Reabertura da economia recupera queda da última semana
► Os destaque positivos foram os mesmos indicadores que apresentaram as maiores quedas na última semana (comércio varejista e carga de energia). Sendo esses os mais relevantes do IRE, sua elevação contribuiu para a recuperação do índice que se aproxima do pico atingido em 14-set.
► No comércio varejista, os setores de supermercados (+10,4 p.p.) e bares e restaurantes (+5,5 p.p.) foram os que mais observaram elevação em relação à semana anterior.
► A demanda por energia elétrica, surpreendentemente, apresenta-se em patamar significativamente acima da média dos últimos 3 anos para a semana de referência (até 04-out).
► Do lado negativo, o fluxo de veículos nas rodovias, bem como o índice de mobilidade urbana, apresentaram as maiores baixas.
Visão Geral
Contexto
O Índice de Reabertura da Economia apresenta-se como uma ferramenta de mensuração do nível de atividade econômica, construída para orientar nossos clientes, de forma que possam tomar decisões de investimentos.
► A propagação do novo coronavírus por todo o mundo vem trazendo um impacto significativo e sem precedentes na atividade econômica. Enquanto não são desenvolvidos remédios e/ou vacinas para tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o enfrentamento da pandemia vem, na maior parte do mundo, sendo feito por meio de medidas de distanciamento social que incluem o fechamento do comércio e a suspensão de serviços considerados não essenciais.
► Nesse contexto, entender e acompanhar a forma como os principais setores da economia são impactados, bem como sua trajetória de retorno ao ritmo normal, é um fator-chave para a antecipação de cenários e tendências.
► É preciso levar em conta que há uma defasagem significativa de tempo entre a divulgação de determinado indicador e o período ao qual este se refere. A divulgação dos dados do Produto Interno Bruto trimestral, por exemplo, pode levar até dois meses após o encerramento do respectivo trimestre
► Já os indicadores mensais do IBGE, cujas pesquisas permitem acompanhar o comportamento conjuntural da indústria, do comércio varejista, do setor de serviços e da agropecuária no País, levam entre 30 e 45 dias para serem divulgados. Por isso, ter à disposição indicadores que monitorem, com menor defasagem, o funcionamento da economia, representa uma vantagem considerável na construção de cenários e na antecipação de tendências que podem contribuir para o processo de tomada de decisão. .
► Desta forma, o mercado vem tentando desenvolver métodos para mensurar o nível de atividade econômica, construindo indicadores com o intuito de suprir essa escassez de informações. O presente estudo apresenta-se como uma dessas ferramentas de mensuração, construída para orientar nossos clientes, de forma que possam tomar decisões a respeito do investimento em determinadas empresas e setores da bolsa, a partir de um cenário mapeado da economia.
► Dado que boa parte dos indicadores referente aos últimos meses já absorveram o impacto do choque causado pelas medidas de distanciamento social, o principal objetivo deste indicador é apresentar o estágio que a nossa economia se encontra no processo de retorno à normalidade. Esse nível é observado a partir de uma escala que vai de 0 a 100, sendo que, no nível 0, a economia ainda estaria completamente parada, enquanto no nível 100, já teria retornado ao patamar prépandemia.
Metodologia
O modelo foi construído com dados de alta frequência, arranjados de forma a representar a estrutura da economia do país
► Para construir o modelo, buscamos variáveis representativas dos principais setores da economia, cuja divulgação é feita em frequência diária ou semanal (dados de alta frequência).
Uma dificuldade que enfrentamos no país é que há pouca disponibilidade de dados relevantes de alta frequência assim, ao realizar a coleta de dados, tomamos o cuidado para que essas informações tivessem alguma representatividade na economia nacional, que a fonte da informação fosse confiável e que a sua divulgação fosse consistente para que não houvesse descontinuidade do indicador.
► Os dados selecionados consistem em:
(i) faturamento no comércio varejista;
(ii) injeção de carga de energia no Sistema Integrado Nacional (SIN);
(iii) índice de mobilidade urbana;
(iv) fluxo de veículos nas rodovias;
(v) número de decolagens de aeronaves dos principais aeroportos do país;
(vi) índice de isolamento social;
(vii) mecanismos de busca por assuntos relevantes da economia, em especial no setor de serviços; e
(viii) corrente de comércio do País.
► Todos os dados foram arranjados individualmente de forma que a sua sazonalidade fosse tratada e, assim, fosse possível fazer uma comparação correta entre o valor corrente do indicador e o seu valor no período que consideramos ser de normalidade das atividades no País.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por Henrique Tomaz, CFA, e Richardi Ferreira, do BB Investimentos