Bolsonaro acredita que terá dificuldades de receber apoio ao novo imposto no Congresso e que, caso seja aprovada, a medida trará consequências negativas para a imagem do governo.
Neste domingo, 02.08, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, confirmou que deu aval ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir a criação de um novo imposto nos moldes da antiga CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras.
Segundo publicou o jornal Folha de São Paulo, Bolsonaro fez a afirmação durante um passeio de cerca de uma hora, em Brasília. O presidente brasileiro acrescentou que cobrou o ministro Guedes para que deixe claro que o imposto não seria novo, mas sim um substituto de outro tributo. Bolsonaro também afirmou que não tem previsão para o envio da segunda etapa da reforma tributária.
Ainda segundo o jornal, o presidente já havia dado seu aval para as discussões da criação da nova CPMF em conversa com Guedes na 6ª feira, 31.07, porém nos bastidores. Bolsonaro acredita que terá dificuldades de receber apoio ao novo imposto no Congresso e que, caso seja aprovada, a medida trará consequências negativas para a imagem do governo.
Entre as ideias para viabilizar a criação do chamado imposto sobre transações digitais, o Ministério da Economia especula desonerar em até 25% a folha de pagamentos das empresas em todas as faixas salariais.
A proposta encontra resistência entre congressistas e chegou a ser ironizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, durante um seminário virtual da CNI Confederação Nacional da Indústria em parceria com o jornal Folha de São Paulo. Maia sugeriu durante o debate que era possível que o governo criasse "um nome em inglês para o imposto ficar bonito".
Em 2019, a polêmica em torno do novo imposto chegou a derrubar o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, que foi demitido por Bolsonaro após proposta de nova CPMF.