Diário do Mercado na 2ª feira, 13.07.2020
Bolsa cai no final do pregão e encerra o dia abaixo dos 99 mil pontos
Comentário.
Os mercados abriram o dia com otimismo diante das informações positivas acerca dos testes com vacinas e medicamentos para tratamento da Covid-19. Predominavam também perspectivas positivas em relação a temporada de balanços nos EUA. Havia uma certa dose de cautela por conta do aumento do número de casos de coronavírus em alguns estados norte-americanos. A Flórida já havia registrado um número recorde de casos durante o último final de semana.
No entanto, os mercados só viraram para um tom mais pessimista após a notícia de que Califórnia havia determinado a suspensão das atividades de bares, restaurantes e alguns outros estabelecimentos na tentativa de conter o avanço da epidemia no estado.
Aqui no Brasil, a bolsa operou durante quase todo o pregão acima dos 100 mil pontos. Ao final da sessão, porém, as vendas predominaram e o Ibovespa caiu com força, acompanhando o mau humor no mercado externo.
O dólar voltou a fechar em alta após três pregões seguidos de desvalorização frente ao real. Os juros futuros fecharam bem próximos da estabilidade sendo que, nos vencimentos mais longos, o mercado até ensaiou uma queda, mas esta foi revertida antes do término da sessão.
Ibovespa
O índice abriu a sessão em forte alta e, influenciado pelo bom humor externo, chegou a atingir a máxima de 100.857 pontos (+0,83%) ainda pela manhã. Ao final do pregão, a virada de humor nos mercados derrubou a bolsa que acabou fechando abaixo dos 99 mil pontos, com uma desvalorização de 1,33%.
Entre as maiores altas do índice, o destaque foi o desempenho das ações do IRB (IRBR3) que subiram quase 10%. Já pelo lado das mínimas, as ações da Ambev (ABEV3) tiveram o pior desempenho registrando uma queda de 5,72%. O giro financeiro preliminar da Bolsa foi de R$ 28,6 bilhões, sendo R$ 25,5 bilhões no mercado à vista.
No dia 8 de julho (dado mais recente), os investidores estrangeiros retiraram R$ 1,116 bilhão da B3, aumentando o saldo negativo do mês para R$ 4,13 bilhões. No acumulado de 2020, os investidores já retiraram R$ 80,635 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
Após três pregões seguidos de queda, o dólar voltou a fechar com valorização frente ao real. A moeda americana ganhou força no exterior após o aumento da cautela em função do fechamento de algumas atividades no estado norte-americano da Califórnia.
No mercado doméstico, a moeda fechou a sessão cotada a R$ 5,3768 (+1,04%).
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 240 pontos contra 238 registrados no dia anterior.
Juros.
Os juros futuros com vencimentos mais longos operaram com um viés de baixa durante boa parte do pregão, mas a virada de humor nos mercados acabou agregando prêmios de risco na curva de juros. Nos vencimentos de curto prazo, as taxas fecharam praticamente estáveis, com o mercado precificando um novo corte na Selic no mês que vem.
Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI outubro/2020 se manteve em 2,07%;
DI janeiro/2021 se manteve em 2,07%;
DI janeiro/2022 em 3,03% de 3,02%;
DI janeiro/2023 em 4,11% de 4,08%;
DI janeiro/2025 em 5,57% de 5,56%;
DI janeiro/2027 em 6,39% de 6,37%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do cmportamento do mercado na 2ª feira, 13.07.2020, elaborado por RICHARDI FERREIRA CNPI, integrante do BB Investimentos