Diário do Mercado na 2ª feira, 06.07.2020
Bom humor no exterior leva a bolsa para a quarta alta consecutiva
Comentário.
O dia começou animado com a bolsa de Xangai subindo 5,71%, maior valorização diária desde 2015, influenciada pelo otimismo em relação a recuperação da economia chinesa. Em seguida, as bolsas europeias também apresentaram bons retornos favorecidas pelos indicadores positivos das vendas de varejo.
O retorno dos mercados nos EUA, após o feriado de 4 de julho, também foi marcado pelo otimismo apesar de persistirem preocupações em torno do aumento do número de casos de coronavírus e também com um possível aumento das tensões comerciais entre EUA e China.
No mercado doméstico, a bolsa brasileira acompanhou as altas registradas nas principais bolsas do exterior fechando o dia com a quarta alta consecutiva e voltando a se aproximar da casa dos 100 mil pontos. Também contribuiu para a alta a expectativa em relação à retomada da agenda de reformas já neste segundo semestre, sobretudo a reforma tributária.
Ibovespa.
O índice já abriu a sessão em forte alta chegando a atingir a máxima de 99.256 pontos (+2,58%), ainda pela manhã. Ao longo da tarde, a bolsa devolveu parte da alta mas voltou a subir antes do encerramento da sessão fechando aos 98.937 pontos (+2,24%).
Entre as maiores altas, o destaque foi a valorização de 10,55% das ações da CVC (CVCB3). Já pelo lado das mínimas, o pior desempenho foi do IRB (IRBR3) com queda de 1,76%.
O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 26,3 bilhões, sendo R$ 23,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No pregão do dia 02/07 (dado mais recente disponível), os investidores estrangeiros retiraram R$ 1,121 bilhão. No mês, as saídas líquidas somam R$ 1,137 bilhão. No acumulado de 2020, o saldo negativo já atingiu R$ 77,642 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
A preocupação com a questão fiscal fez com que a moeda brasileira se desvalorizasse frente ao dólar, indo novamente na contramão da maior parte das moedas emergentes. A utilização do real como hedge de outras operações de risco tambémvem pressionando a cotação do dólar.
O dólar à vista fechou o pregão cotado em R$ 5,3398 (+0,59%) .
Risco-Pais
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu a 226 pts contra 227 registrados no dia anterior.
Juros.
Os juros futuros voltaram a devolver prêmios nos vencimentos mais longos influenciados pelo otimismo dos mercados. Já nos vencimentos mais curtos, as taxas fecharam próximas da estabilidade com a maior parte do mercado precificando uma manutenção da taxa Selic na próxima reunião do Copom.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 06.07.2020, elaborado por RICHARDI FERREIRA, CNPI, integrante do BB Investimentos