Diário do Mercado na 5ª feira, 03.10.2019
Ibovespa tem trajetória errática, mas sobe no final com Nova York
Comentário.
O índice brasileiro acompanhou inicialmente a tendência dos oscilantes índices acionários norte-americanos. Contudo, na parte da tarde, passou a circundar a estabilidade, impactado pela percepção dos investidores de uma determinação mais clara do prazo final da aprovação da reforma da previdência no Senado em segundo turno, bem como por conta da indefinição da questão da cessão onerosa, ainda sem acordo de partilha da União com estados e municípios.
No final do dia, como as bolsas de Wall Street seguiam operando em alta, o índice brasileiro também terminou avançando e findou com pequena elevação, respaldado pelas reversões altistas das ações de maiores pesos (blue chips), além de denotar favorável volume financeiro.
No exterior, o dia foi de repique nos mercados bursáteis de Nova York, após as firmes quedas nos dois pregões anteriores, com os agentes deixando um pouco de lado a incerteza sobre a desaceleração global e a guerra comercial, focando mais no entendimento que o Fed deverá prosseguir com o ciclo de afrouxamento monetário, cortando a taxa de juros norte-americana no curto prazo.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0890 (-1,06%). Os juros futuros baixaram, derrubando como um todo sua curva de estrutura a termo, seguindo a tendência do dólar.
Ibovespa.
O índice principiou oscilante e operou com trajetória indefinida ao longo de quase todo o pregão. Tão somente nos leilões finais, que se iniciam quando faltam cinco minutos para o fechamento, tornou-se positivo e encerrou em alta.
As principais contribuições ponderadas advieram das reversões altistas no dia das ações de maior peso - Vale, B3, Petrobras e alguns papéis do setor de bancos, com destaque para o Banco do Brasil.
O Ibovespa fechou aos 101.516 pts (+0,48%), acumulando -3,39% na semana, -3,08% no mês, +15,51% no ano e +21,91% em 12 meses. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 15,7 bilhões, sendo R$ 14,3 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 1º de outubro (último dado disponível), a retirada líquida de capital estrangeiro da Bovespa foi de R$ 1,197 bilhão, após ter fechado setembro com entrada líquida de R$ 425,899 milhões. Em 2019, a saída líquida acumulada atingiu -R$ 22,001 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o PMI de serviços subiu a 51,8 setembro versus 51,4 em agosto. O PMI Composto brasileiro teve alta para 52,5 em setembro ante 51,9 pts em agosto.
Nos EUA, os pedidos de bens duráveis variaram +0,2% em agosto (dado final), com recuo firme frente ao dado de julho, que mostrou oscilação de +2,1%.
Câmbio e CDS
O dólar recuou ante o real em um movimento continuo ao observado na véspera, com os agentes temendo desaceleração nos EUA e a possibilidade maior de corte nos juros norte-americanos.
A divisa fechou cotada a R$ 4,0890 (-1,06%), acumulando -1,59% na semana, -1,59% no mês, +5,52% no ano e +5,39% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 139 pts versus 140 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros findaram a sessão regular em queda, acompanhando o comportamento do dólar.
Em relação à sessão anterior, assim fecharam: DI janeiro/2020 em 5,01% de 5,04% de; DI janeiro/2021 em 4,88% de 4,95%; DI janeiro/2023 em 5,98% de 6,05%; DI janeiro/2027 estável em 6,94% de 6,99%.
Agenda.
EUA: Payroll (criação de vagas na economia) e taxa de desemprego e balança comercial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 03.10.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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