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Investimentos

03 de Agosto de 2019 as 02:08:35



PETROBRAS Resultado no 2º trimestre/2019 e Atualização de Preço de Ações


Resultado sólido beneficiado por câmbio, por maiores preços do petróleo e por vendas de ativos
 
A Petrobras divulgou ontem (01.08) seus resultados do 2T19 com números fortes. Além de maiores receitas por conta do câmbio e de maiores preços do petróleo, também observamos uma operação robusta, com novos sistemas em ascensão em 2019 e 2020, menores custos de extração e uma empresa mais dedicada ao E&P, especialmente em campos do pré-sal.
 
Neste resultado trimestral, a empresa desconsolidou os números da  BR Distribudora, que agora são classificados como operações descontinuadas. 
 
A Petrobras ainda detém 37,5% da BR Distribuidora e espera contabilizar um ganho de capital antes dos impostos de R$ 14,2 bilhões no 3T19.
 
Destaques operacionais. 
 
A produção de petróleo, LGN e gás natural aumentou 3,7% em relação ao trimestre anterior, apoiada pelo aumento das plataformas do pré-sal iniciadas em 2018 nos campos de Búzios e Lula. Em relação ao 2T18, no entanto, houve pequena queda de 0,4% na produção, principalmente em função: 
 
(i) da venda de 25% do campo de Roncador e dos ativos da Petrobras America (redução de 72 kboed);
(ii)  paradas para manutenção; e 
(iii)  a queda na produção dos campos do pós-sal, que recuou 4,1% t/t e 16,7% a/a. 
 
Considerando esse resultado, a empresa optou por mudar sua meta de produção para 2019 de 2,8 MMboe/d para 2,7 MMboe/d. Incorporamos essa mudança em nosso modelo, conforme abaixo descrito. 
 
No Refino, o maior lucro bruto (+31% t/t) veio como efeito do giro de estoques. Houve um pequeno aumento t/t no fator de utilização de usinas de 75% para 76%, embora ainda vejamos esse valor como fraco, uma vez que reflete o atual menor nível de market share.
 
Destacamos o aumento de 4,9% t/t nas vendas de Diesel, embora a gasolina tenha apresentado menores volumes no mercado doméstico (-4,7%), levando a uma queda de 80 bps no market share, para 79,7%, principalmente devido a importações por terceiros e pela e vendas de etanol.
 
Destaques Financeiros. 
 
Os preços médios mais altos de brent (+9% t/t) e o câmbio mais favorável (+4% t/t) sustentaram a alta de 2,4% t/t na receita líquida, ainda que a produção tenha caído a/a por conta das vendas de ativos.
 
O EBITDA ajustado veio forte em R$ 32,7 bilhões, +19% t/t, com margens mais altas devido a menores custos com estoques, maior volume de vendas de diesel e melhores margens para gasolina, nafta e gás natural.
 
As despesas operacionais tiveram o impacto da venda da TAG, subindo 6% t/t. Por trás do forte resultado do trimestre (R$ 18,9 bi), houve os seguintes efeitos: 
 
(i)    venda de ativos de R$ 21,2 bi, com destaque para TAG e Pasadena; 
(ii)   perdas com contingências judiciais no valor de R$ 680 milhões; e 
(iii)  demissão voluntária de R$ 336 milhões. 
 
Portanto, após esses ajustes no lucro líquido, atingimos o valor de R$ 5,2 bilhões, um sólido aumento de 29% em relação ao trimestre anterior.
 
Antecipação do JCP.
 
A companhia aprovou a distribuição antecipada de juros sobre capital próprio (JCP) em R$ 2,6 bilhões, equivalente a R$ 0,20 por ação (ante R$ 0,10 por ação no 1T19). O pagamento será efetuado em 4 de outubro e terão direito os detentores de ações da Petrobras negociadas na B3 até 12 de agosto e 14 de agosto para detentores de ADRs. 
 
O valor será atualizado pela taxa Selic, desde a data do pagamento até o final do exercício, e deduzido do dividendo mínimo obrigatório. Na teleconferência de resultados, a administração reforçou que os investidores da Petrobras não devem esperar distribuições acima do percentual mínimo exigido por lei, de 25%, pelo menos enquanto a alavancagem continuar alta.
 
Opinião do analista. 
 
A Petrobras registrou números robustos neste trimestre e parece estar preparando um caminho sólido para um crescimento ainda maior. Relevantes pontos de atenção anteriores, como o acordo da cessão onerosa e a judicialização da vendas de ativos, parecem estar resolvidos, e agora a empresa está se concentrando na produção do pré-sal. Temos, portanto, uma visão mais clara sobre os níveis de lucratividade e gostamos das atuais perspectivas. 
 
Assim, revisamos nosso modelo para incorporar as metas de produção mais recentes, bem como a perspectiva de entrada de novas plataformas em operação, especialmente em 2019 e 2020, além de novas premissas macroeconômicas, que também nos levaram a um custo de capital menor (WACC). 
 
Nosso novo preço alvo para 2020 é de R$ 32,20 para PETR4 (antes em R$ 27,00) e R$ 36,50 para PETR3 (antes em R$ 27,00). Além disso, atualizamos nossa recomendação para Outperform (antes, Market Perform), uma vez que acreditamos que a empresa agora tem melhores condições para entregar um retorno acima da média para os investidores. Veja abaixo nossas novas projeções financeiras, principais premissas e fatores de risco.
 
Valuation
 
Revisamos nossas estimativas para a Petrobras, atualizando a recomendação para Outperform (antes em Market Perform). Nosso novo preço alvo para o final de 2020 é de R$ 32,20 para PETR4 (antes em R$ 27,00) e R$ 36,50 para PETR3 (antes em R$ 27,00). Vemos alguns aspectos bastante convincentes na tese de investimentos da companhia, como 
 
(i)  as perspectivas de um aumento na produção com a entrada de novos sistemas em produção em 2019 e 2020 (estimamos um crescimento de 8% a/a em 2019 e 6% a/a em 2020, depois, um CAGR de 4,5%); 
(ii)   menores custos de extração (lifting cost) nos campos do pré-sal; 
(iii)  a continuidade do processo de desalavancagem; 
(iv)  ganhos por conta da compensação por investimentos realizados, após o leilão de excedentes da cessão onerosa (esperado para outubro).
 
Os riscos para nossa tese de investimento incluem, entre outros: 
 
(i)  mudanças na política de preços da companhia, 
(ii)  risco de execução: de projetos em andamento e futuros; 
(iii)   resultado desfavorável das
discussões judiciais, inclusive tributárias e trabalhistas; e 
(iv)   volatilidade do câmbio e do petróleo.
 
Em relação ao fator de risco acima mencionado sobre a volatilidade do petróleo, aproveitamos a oportunidade para fazer algumas observações. Em nossa opinião, as empresas de petróleo têm uma vantagem competitiva quando operam com um modelo integrado, uma vez que as receitas de outros segmentos integrados mantêm a lucratividade quando os ciclos de commodities estão em baixa. 
 
Portanto, temos uma abordagem mais cautelosa em relação à venda de ativos, especialmente quando há empresas com retornos potenciais acima do custo de capital da PBR e cujas linhas de negócios podem ser complementares às operações da Petrobras. 
 
A razão é que tal saída reduzirá a diversificação da companhia e aumentará a dependência dos preços do petróleo para sustentar os lucros. Nós gostamos da ideia de parcerias privadas e esse é um forte motivo para manter a participação em empresas como BR Distribuidora, Braskem e parte das refinarias. 
 
Há uma transformação na forma como a sociedade olha para energia baseada em combustíveis fosseis, por isso acreditamos que os investidores devem se preocupar com as empresas de petróleo no longo prazo; portanto, a diversificação é fundamental e a maioria das empresas globais de petróleo atualmente opera dentro de algum tipo de modelo integrado.
 
Quanto aos atuais preços do petróleo, achamos relevante mencionar que ontem (01.08), os preços do petróleo caíram quase 8%, a maior queda desde 2015, influenciados pelas novas medidas dos EUA na guerra comercial com a China, acirrando o conflito. 
 
O declínio dos preços do petróleo demonstra receio em relação ao crescimento global, uma vez que a demanda por petróleo pode ser afetada. O risco para a Petrobras é relevante, já que eventual situação de forte queda na demanda global deve afetar os preços do petróleo e, portanto, também as ações da Petrobras. 
 
Estimamos que para cada dólar a menos no preço do barril de petróleo, as ações da Petrobras caem US$ 0,24. A empresa tem trabalhado com hedge para proteger parte de sua produção para este ano, com um custo de US$ 320 milhões para se proteger de preços do petróleo abaixo de US$ 60,00/barril.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado por Daniel Cobucci Analista Sênior, do BB Investimentos
 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Daniel Cobucci Analista Sênior, do BB Investimentos

 
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