Diário do Mercado na 6ª feira, 21.06.2019
Bolsa bate novo recorde na contramão do exterior
Comentário.
Em meio às tensões geopolíticas entre EUA e Irã, o dia foi morno nos principais mercados acionários pelo mundo. Já os mercados locais passaram por expressivos ganhos, motivados pela maior confiança dos investidores no êxito da reforma da previdência.
A fonte do ânimo foi a notícia de que um acordo fora selado por parlamentares, para que a PEC seja votada antes do recesso. Além disto, repercutiu a elevação na possibilidade de afrouxamento monetário nos próximos meses pelo Copom. O Comitê condicionou eventuais cortes na Selic à evolução
(i) da atividade econômica,
(ii) das expectativas de inflação e, de maneira preponderante, da aprovação da reforma.
Neste contexto, o Ibovespa fechou em inéditos 102 mil pts, avançando 1,7%, com alto volume de negócios. Nesta esteira, a curva de juros futuros registrou firmes recuos em toda a sua extensão, ao passo que o dólar fechou cotado em R$ 3,8240 (-0,68%), em sua quarta queda consecutiva.
Ibovespa.
Apresentou firme alta durante toda a sessão, encerrando em patamar recorde, com expressivo avanço de 4,0% na semana. Petrobras e B3 puxaram o bom desempenho do índice. Na outra ponta, Lojas Renner e Sabesp foram destaques negativos.
O Ibovespa encerrou em 102.012 pts (+1,70%), acumulando +5,13% no mês, +16,07% no ano e +45,58% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 18,4 bilhões, sendo R$ 18,0 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 18 de junho (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 412,8 milhões na Bolsa, deixando o saldo no mês positivo em R$ 123,9 milhões. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 3,5 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana registrou a quarta queda consecutiva ante o real, ao passo que, no exterior, apresentou comportamento misto.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8240 (-0,68%), acumulando -2,57% no mês, -1,32% no ano e +1,57% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil caiu a 150 pts, contra 154 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros devolveram prêmios em toda a estrutura da curva, refletindo o comunicado do Copom da última quarta-feira, que abriu a porta para futuros cortes na taxa, condicionados, principalmente, ao avanço da agenda de reformas.
Agenda Econômica.
Nos EUA, a prévia do PMI manufatura de junho caiu de 50,5 pts para 50,1 pts, abaixo do consenso de 50,5 pts. Já a prévia do índice alemão avançou a 45,4 pts, acima da previsão de 44,6 pts.
Para a semana.
Brasil: Saldo em conta corrente; Investimento estrangeiro direto; Coleta de impostos; CAGED; Resumo reunião Copom; IPCA-15; Resultado primário governo central; Total da dívida federal; Taxa de desemprego nacional e Coeficiente da dívida/ PIB. EUA: Vendas de casas novas; Vendas de casas pendentes; PIB e Deflator do PIB.
Alemanha, França e Zona do Euro: Confiança do consumidor.
Reino Unido: PIB.
Japão: Taxa de desemprego e Produção industrial.
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RENATO ODO, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos