Decisão do Copom: Selic permanece em 6,5% pela 9ª reunião consecutiva
O COPOM Conselho de Política Monetária decidiu há pouco manter a taxa básica de juros (Selic) em 6,5%, confirmando as nossas expectativas de continuidade da política de juros pelo novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em nota divulgada nesta 4ª feira, 20.03, a decisão foi respaldada pelo ritmo da atividade econômica aquém do esperado, simetria no balanço de riscos, medidas de inflação em níveis confortáveis e cenário externo desafiador. Apesar da troca no comando da Instituição, a preocupação com o andamento da agenda de reformas segue no foco do Banco Central.
Atividade econômica.
Em seu comunicado, o Banco Central reconheceu o fraco desempenho da economia, evidenciado pelos últimos indicadores e que levaram o mercado a reduzir as expectativas de crescimento do PIB deste ano para 2,01%, sendo este o terceiro recuo seguido na projeção. Apesar da menção, não houve qualquer sinalização quanto a uma possível redução na taxa de juros para os próximos períodos.
Balanço de riscos.
Conforme nossa previsão, o balanço de riscos do Banco Central, que antes se mostrava assimétrico perante os fatores
(i) nível de ociosidade;
(ii) expectativas sobre as reformas e
(iii) cenário externo para economias emergentes,
agora se mostra mais balanceado na visão do comitê, considerando que
(i) o nível de ociosidade tende a manter a trajetória da inflação abaixo do esperado,
(ii) o risco de frustração sobre as reformas pode elevar a trajetória da inflação, podendo ser intensificado pela
(iii) deterioração do cenário externo.
Cenário Externo.
Nos EUA, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em decisão também tomada na tarde de 4ª feira, 20.03, manteve a meta da taxa de juros americana (Fed Funds rate) dentro do intervalo de 2,25% a 2,5%.
O Fed ponderou em seu comunicado que, apesar do recuo da inflação e do mercado de trabalho robusto, os indicadores de atividade econômica sinalizam uma desaceleração do crescimento do PIB.
O Presidente do Fed, Jerome Powell, destacou ainda que, do ponto de vista do cenário internacional, as negociações comerciais com a China, o Brexit e a desaceleração das principais economias europeias constituem os principais riscos à economia americana.