Diário do Mercado na 4ª feira, 13.02.2019
Ibovespa recua na contramão do exterior
Comentário.
Em um dia em que prevaleceram altas moderadas no exterior em razão de uma expectativa positiva acerca das negociações comerciais entre EUA e China, o Ibovespa operou de forma bastante volátil e fechou com leve recuo (-0,34%).
A queda se deu em meio à realização de lucros após o forte avanço da véspera (+1,9%) e da pressão negativa dos papéis do setor de bancos. Os investidores seguiram também atentos ao andamento da agenda de reformas do governo, que deve ter novidades em breve com a alta do Presidente.
No mercado de câmbio, seguindo uma tendência global de valorização, o dólar encerrou cotado a R$ 3,75 (+1,05%). Descolados do câmbio, os juros futuros encerraram em queda, impactados pelo desempenho do varejo em dezembro, aquém das expectativas, bem como pelas já majoritárias perspectivas de manutenção da taxa básica de juros da economia em sua mínima histórica por todo o 2019.
Ibovespa.
Em dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o índice abriu em leve alta, chegando a se aproximar dos 97 mil pts na máxima do dia, puxada, principalmente, pelo bom humor dos mercados externos.
A volatilidade se fez presente e o Ibovespa passou a oscilar entre os campos positivo e negativo, fechando, ao final, com ligeira queda. O setor de bancos pressionou negativamente, ao passo que Vale e Petrobras registraram firmes avanços.
O Ibovespa fechou em 95.842 pts (-0,34%), acumulando uma queda de 1,59% no mês, alta de 9,05% no ano e de 18,47% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,5 bilhões, sendo R$ 17,33 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 11 de fevereiro (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 446,7 bilhões, diminuindo o saldo positivo do ano para R$ 374,8 milhões.
Agenda Econômica.
Dados divulgados pelo IBGE apontaram uma queda de 2,2% nas vendas do varejo no mês de dezembro, na comparação com novembro – bem abaixo da expectativa de mercado em -0,1%. Já na comparação trimestral, o volume vendido pelo varejo no 4T18 foi 2,2% superior em relação ao 4T17. No acumulado de 2018, o crescimento foi de 2,3%.
Já em relação ao varejo ampliado, que inclui veículos, autopeças e material de construção, a alta foi de 5% em 2018, com destaque para o grupo “Veículos e motos, partes e peças” que cresceu 15,1% no ano.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI) ficou estável em janeiro na comparação com dezembro. Na comparação anual, o índice passou de alta de 1,9% para 1,6%.
Câmbio e CDS.
O dólar norte-americano encerrou o dia em alta frente ao real, em linha com o movimento global de valorização da moeda. Vale ressaltar que em uma cesta com as vinte principais moedas, o real apresentou o segundo pior desempenho na sessão.
O dólar comercial (interbancário) encerrou cotado a R$ 3,7530 (+1,05%), acumulando variações de 0,67% na semana, 2,60% no mês, queda de 3,15% no ano e alta de 13,90% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 170 pontos, ante 174 pontos da última sessão.
Juros.
Os juros futuros abriram o dia em baixa e assim permaneceram até o fechamento da sessão regular. Os fracos dados do varejo de dezembro e a perspectiva de manutenção mais duradoura da Selic em sua mínima histórica influenciaram o movimento de baixa nas taxas.
O DI de jan/20 finalizou em 6,41% ante 6,48% da véspera; o DI de jan/23 caiu a 8,18% contra 8,25% de ontem; e o DI jan/25 encerrou o dia, em 8,72% versus 8,76% do dia anterior.
Para a quinta e sexta-feira.
Brasil: Criação de empregos formais; Atividade econômica; Coleta de impostos;
EUA: Produção industrial;
Alemanha: PIB;
Japão: PIB, Produção industrial;
China: Importação, Exportação, Balança comercial, IPC, IPP.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 13.02.2019, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, integrante do BB Investimentos.
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