Diário de Mercado na 2ª feira, 19.11.2018
Bolsa sofre realização puxada pelo exterior
Comentário.
Após forte alta na sexta-feira, o Ibovespa sofreu moderada correção (-0,69%) na véspera do feriado da Consciência Negra – razão, também, para a liquidez reduzida, mesmo em dia de exercício de contratos de opções sobre ações. A queda generalizada das pares no exterior pesou sobremaneira por aqui, mesmo com noticiário político-econômico doméstico positivo na ótica dos investidores.
Os índices de inflação e sua projeções têm mostrado desaceleração, ao passo que as indicações para a futura composição do governo têm agradado ao mercado.
No mercado de câmbio, o dólar subiu a R$ 3,7640 e, na esteira da moeda, os contratos de juros futuros também agregaram prêmios moderados.
Ibovespa.
O principal índice doméstico navegou em terreno negativo por todo o pregão, mas amenizou perdas ao final, encerrando próximo aos 88 mil pts. O índice chegou a registrar recuo de mais de 1,6% na mínima intradiária, aos 87046 pts, com queda generalizada das blue chips. Na outra ponta, Banco do Brasil e Localiza exerceram pressão positiva.
O Ibovespa fechou aos 87.900 pts (-0,69%), acumulando alta de 0,55% em novembro, de 15,05% no ano e 19,70 em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,7 bilhões, sendo R$ 9,6 bilhões no mercado à vista e R$ 4,6 bilhões no exercício de opções.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 14 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 1,7 bilhão da bolsa, aprofundando o saldo negativo de novembro para R$ 3,3 bilhões. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 9,2 bilhões.
Agenda Econômica.
O IPC- S desacelerou a 0,28% na segunda leitura do mês de novembro, ficando 0,15 p.p. menor do que a taxa anterior registrada pela FGV. O grupo Transporte foi o que mais contribuiu com a desaceleração, com um decréscimo de 0,56% para 0,25%.
Já a segunda prévia do mês de novembro do IGP-M registrou um recuo de 0,35%. Com esse resultado o índice acumularia uma alta de 8,86% no ano, e de 9,82% em 12 meses.
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 4,562 bilhões na parcial (até o 18º dia) do mês de novembro, segundo dados do governo federal. As exportações tiveram uma alta de 46,7% em comparação com o mesmo período de 2017, somando 12,233 bilhões.
Já as imprrtações apresentaram uma alta de 16,7%, totalizando US$ 7,671 bilhões. No acumulado do ano, o saldo da balança comercial é positivo em US$ 52,198 bilhões. Sendo 14,4% menor do que o registrado no ano anterior.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou em alta durante toda a sessão, passando dos R$ 3,77 na máxima intradiária. No exterior, a divisa apresentou comportamento misto com maior pressão sobre as moedas emergentes em um contexto de maior tensão relacionada à guerra comercial China x EUA.
A divisa fechou cotada a R$ 3,7640 (+0,70%), acumulando altas de 0,97% no mês, de 13,54% no ano e de 15,35% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 208 pts, versus 205 da sessão anterior.
Juros.
Em meio ao mau humor nos mercados externos e apreciação do dólar por aqui, as taxas dos juros futuros agregaram prêmios de ligeiros a moderados em toda a extensão da curva. O movimento também se caracterizou como uma correção ante queda firme na última sexta-feira.
Para a semana.
Brasil: Caged, Coleta de impostos, IPC FIPE- Semanal, Confiança industrial CNI e IPCA-15;
EUA: Construção de casas novas, Licenças para construção, Pedidos de bens duráveis, Índice antecedente, Vendas de casas usadas, Sentimento Univ. de Michigan e PMI Manufatura;
China: Investimento estrangeiro direto; Alemanha: PIB e PMI Manufatura; França: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 19.11.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos